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UFG promove dia de acolhimento de mulheres indígenas

Atualizada em 03/12/25 08:40.

Focado em saúde e pertencimento, evento orientou acesso a serviços dentro e fora da universidade

Texto: Kharen Stecca

Fotos: Júlia Mariano

O Núcleo Takinahaky da Universidade Federal de Goiás (UFG) sediou, no dia 27 de novembro, um evento focado em visibilizar a presença e atender às necessidades das mulheres indígenas na universidade. O evento, I Encontro Intercultural de Indígenas Mulheres, cujo tema central foi "o ciclo sagrado corpo-território", foi concebido como um momento de acolhimento, pertencimento e bem-estar, buscando uma abordagem horizontal, onde todas pudessem conversar e trocar ideias, sem as formalidades de um evento acadêmico.

A ideia para o encontro, segundo a coordenadora administrativa da Secretaria de Inclusão da UFG, Liliene Rabelo, nasceu de uma pesquisa conduzida a partir do Núcleo de Direitos Humanos (NDH) da UFG. Este estudo investiga a presença de mulheres indígenas na UFG e, por meio de entrevistas e questionários com estudantes ativas e egressas, identificou uma demanda urgente por suporte em saúde. Segundo ela, uma das questões mais evidentes nos resultados da pesquisa foi a dificuldade em acessar serviços de saúde, especialmente saúde mental, além da saúde física geral. “A dificuldade em buscar acesso é um desafio comum para quem sai dos territórios, e chega à cidade sem conhecimento do sistema urbano”, afirmou.

evento para mulheres indígenas
Evento foi delineado após uma pesquisa do Núcleo de Direitos Humanos com a população indígena na UFG 

 

Ações de Acolhimento

A programação foi pensada para ser um dia com várias ações voltadas às mulheres, começando com uma roda de conversa sobre aspectos de saúde, como o funcionamento do atendimento em saúde mental e como procurar os atendimentos na universidade e (Programa de Assistência Estudantil) no posto de saúde local.

O evento teve um forte caráter de cuidado e apoio, incluindo um chá de fralda para estudantes gestantes e uma rifa com artesanatos indígenas. Um dos destaques foi a apresentação cultural de um vídeo-poema intitulado "Corpo Território", feito a muitas mãos, que abordava as violências coloniais e a resiliência das existências sobreviventes. O Núcleo de Estudos em Epidemiologia e Cuidados em Doenças Transmissíveis e Agravos à Saúde Humana (NECAIH) também ofereceu testagem rápida gratuita para Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), hepatites virais (B e C), sífilis e Doença de Chagas, um cuidado acessível a todas as presentes.

evento para mulheres indígenas
Primeira roda de conversa teve participação de diversas representantes da área de saúde do município, estado e da UFG

 

A discussão da manhã, mediada por Milena Nunes, trouxe importantes parceiros institucionais para apresentar os serviços disponíveis e reconhecer os desafios. Foi discutida a dificuldade de busca por prevenção em um contexto urbano, destacando que, apesar do Cartão SUS ser universal, o acesso nem sempre é facilitado, embora serviços como a Casa de Saúde Indígena - CASAI possam fornecer suporte a indígenas em contexto urbano. Também foi discutida a necessidade de criar vínculos entre a universidade e os serviços de saúde para alinhar estratégias. 

Outro ponto de destaque foi a necessidade de ir além do atendimento clínico, considerando a influência das tradições indígenas na saúde e os desafios do preconceito estrutural, limitações linguísticas e enfrentamento a questões de saúde mental devido à distância da família e da aldeia por parte dos estudantes. As estudantes também tiveram a oportunidade de conhecer os serviços oferecidos pela Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae-UFG), o programa Saudavelmente, o posto de saúde Samambaia, o Centro Estadual de Referência e Medicina Integrativa e Complementar (Cremic), entre outros.

evento mulheres indígenas
Evento durou o dia todo com diversas atividades como testagem, rodas de conversa e oficinas

 

Fonte: Secom UFG

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