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Proposta do Instituto Nacional do Cerrado é apresentada ao ministro Márcio Macêdo

Atualizada em 11/09/25 10:17.

Tema foi pauta de reunião em Brasília nessa quarta-feira (10/9), articulada pela vereadora de Goiânia Kátia Maria

Texto: Ana Paula Vieira
Fotos: Assessoria Vereadora Kátia - Wes Menezes

A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, reuniu-se com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, em Brasília, na tarde dessa quarta-feira (10/9). O encontro articulado pela vereadora de Goiânia Kátia Maria teve como pauta a proposta de criação do Instituto Nacional do Cerrado, movimento liderado pela UFG desde agosto de 2023, com o objetivo de articular a pesquisa científica e o conhecimento sobre o bioma, de forma a induzir ações e políticas públicas que garantam o desenvolvimento sustentável, a preservação de seus recursos hídricos, a produção de alimentos e a sobrevivência de povos e comunidades tradicionais.

Também participaram da reunião as reitoras da Universidade de Brasília (UnB), Rozana Naves; do Instituto Federal de Goiás (IFG), Oneida Irigon e da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), Olga Ronchi. O grupo fez uma apresentação sobre a proposta de criação do Instituto, que conta com o apoio de 24 instituições presentes nos limites do bioma. Desde o início das discussões, o tema já foi colocado pessoalmente para a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; e, por meio de carta, para o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com a reitora da UFG, o ministro Márcio Macêdo considerou a criação do Instituto Nacional do Cerrado uma pauta estratégica e importante para o País no ano da 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP 30, a ser realizada em Belém no mês de novembro deste ano. Para Angelita, a reunião foi “extremamente positiva”. Ela destacou que se trata de uma das ações comemorativas do Dia Nacional do Cerrado, celebrado em 11 de setembro, promovida por iniciativa do Comitê Pró Instituto Nacional do Cerrado. O Comitê foi lançado na UnB no último mês de agosto, com o objetivo de ampliar a visibilidade sobre o bioma e sobre a proposta de criação do Instituto.

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Agenda foi articulada pela vereadora de Goiânia Kátia Maria

 

Cerrado
O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil. De acordo com a Organização Não-Governamental The Nature Conservancy (TNC), as paisagens do cerrado cobrem um quarto do território nacional e abrigam cerca de 28 milhões de pessoas e uma grande diversidade de fauna e flora. Estima-se que na região existam mais de 12 mil espécies de plantas, sendo 44% endêmicas - ou seja, que só existem na região; mais de 800 espécies de aves, sendo 30% exclusivas do Cerrado, e mais de 200 espécies de mamíferos, com 10% de exclusividade.

Segundo a TNC, o Cerrado é um bioma essencial para o equilíbrio ecológico do Brasil, sendo uma das áreas mais importantes para produção de água e alimentos - mais de 50% da produção nacional de soja, por exemplo, ocorre no bioma. Metade de sua área, em torno de 84 milhões de hectares, já foram degradados pela ocupação da agricultura, da pecuária e pelo desvio do curso de seus rios. Hoje o Cerrado concentra o maior aumento das taxas de perda de campos e florestas, pois é visto como a principal fronteira agrícola.

O coordenador do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig) da UFG, Laerte Guimarães Ferreira Jr., explica: “O Cerrado é o bioma mais pressionado do país: metade de sua área já foi convertida, apenas cerca de 8% está protegida e, em 2024, seu desmatamento voltou a ser o maior entre os biomas”. Conforme o professor, o Cerrado é o berço das águas da América do Sul e lar de muitos povos indígenas e comunidades tradicionais, mas com tanto desmatamento e fragmentação dos seus habitats naturais, que ameaçam de forma grave povos, biodiversidade e a estabilidade do clima, o Cerrado é também um bioma cada vez mais seco e quente. “É aqui que estamos sentindo os graves efeitos das mudanças climáticas. O Cerrado tem que ser percebido e valorizado como o bioma da segurança hídrica, da segurança climática, da segurança alimentar. É um bioma chave para a transição ecológica/energética que o País e o mundo buscam e precisam”, alertou o professor.

Para Laerte, esses são motivos determinantes para a criação do Instituto Nacional do Cerrado. “O Instituto terá o papel fundamental de articular instituições, entre universidades e centros de pesquisa, organizações da sociedade civil, outros órgãos de governo e estado, com vistas a subsidiar políticas públicas estratégicas para o País. E é sempre importante ressaltar: há muita ciência e conhecimento de primeira grandeza sendo produzidos no Cerrado e sobre o Cerrado, inclusive na Universidade Federal de Goiás”, disse.

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Movimento pela criação do Instituto é liderado pela UFG e teve início em 2023

 

Fonte: Reitoria Digital UFG, com informações da The Nature Conservancy

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