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Reitora da UFG participa de reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin

Atualizada em 11/09/25 09:50.

Angelita Pereira de Lima integrou grupo de gestores e pesquisadores que apresentou proposta de criação do Instituto Nacional do Cerrado 

Texto: Ana Paula Vieira, com informações da The Nature Conservancy

Fotos: Júlio César Silva/MDIC 

A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, participou de uma reunião em Brasília nesta quarta-feira (10/9) para apresentação da proposta do Instituto Nacional do Cerrado ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. O encontro foi articulado pelo deputado federal Rodrigo Rollemberg, que também participou da agenda juntamente à equipe do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), às reitoras da Universidade de Brasília (UnB), Rozana Naves; do Instituto Federal de Goiás (IFG), Oneida Irigon e da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), Olga Ronchi e aos professores Laerte Guimarães Ferreira Jr. (UFG) e Mercedes Bustamante (UnB).

O grupo, que representou as 24 instituições presentes nos limites do bioma apoiadoras da criação do Instituto, entregou ofício ao vice-presidente solicitando apoio para a criação do Instituto Nacional do Cerrado como unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Segundo Angelita Pereira de Lima, o vice-presidente Geraldo Alckmin considerou o movimento muito bem organizado e recebeu muito bem a proposta. Para Angelita, a reunião foi “extremamente positiva”. Ela destacou que a agenda foi uma das ações comemorativas do Dia Nacional do Cerrado, celebrado em 11 de setembro. A iniciativa foi do Comitê Pró Instituto Nacional do Cerrado, lançado na UnB no último mês de agosto, com o objetivo de ampliar a visibilidade sobre o bioma e sobre a proposta de criação do Instituto.

A proposta do Instituto é articular a pesquisa científica e o conhecimento sobre o bioma, de forma a induzir ações e políticas públicas que garantam o desenvolvimento sustentável, a preservação de seus recursos hídricos, a produção de alimentos e a sobrevivência de povos e comunidades tradicionais.

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Segundo Angelita Pereira de Lima, o vice-presidente Geraldo Alckmin recebeu muito bem a proposta

 

Cerrado
O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil. De acordo com a Organização Não-Governamental The Nature Conservancy (TNC), as paisagens do cerrado cobrem um quarto do território nacional e abrigam cerca de 28 milhões de pessoas e uma grande diversidade de fauna e flora. Estima-se que na região existam mais de 12 mil espécies de plantas, sendo 44% endêmicas - ou seja, que só existem na região; mais de 800 espécies de aves, sendo 30% exclusivas do Cerrado, e mais de 200 espécies de mamíferos, com 10% de exclusividade.

Segundo a TNC, o Cerrado é um bioma essencial para o equilíbrio ecológico do Brasil, sendo uma das áreas mais importantes para produção de água e alimentos - mais de 50% da produção nacional de soja, por exemplo, ocorre no bioma. Metade de sua área, em torno de 84 milhões de hectares, já foram degradados pela ocupação da agricultura, da pecuária e pelo desvio do curso de seus rios. Hoje o Cerrado concentra o maior aumento das taxas de perda de campos e florestas, pois é visto como a principal fronteira agrícola.

O coordenador do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig) da UFG, Laerte Guimarães Ferreira Jr., explica: “O Cerrado é o bioma mais pressionado do país: metade de sua área já foi convertida, apenas cerca de 8% está protegida e, em 2024, seu desmatamento voltou a ser o maior entre os biomas”. Conforme o professor, o Cerrado é o berço das águas da América do Sul e lar de muitos povos indígenas e comunidades tradicionais, mas com tanto desmatamento e fragmentação dos seus habitats naturais, que ameaçam de forma grave povos, biodiversidade e a estabilidade do clima, o Cerrado é também um bioma cada vez mais seco e quente. “É aqui que estamos sentindo os graves efeitos das mudanças climáticas. O Cerrado tem que ser percebido e valorizado como o bioma da segurança hídrica, da segurança climática, da segurança alimentar. É um bioma chave para a transição ecológica/energética que o País e o mundo buscam e precisam”, alertou o professor.

Para Laerte, esses são motivos determinantes para a criação do Instituto Nacional do Cerrado. “O Instituto terá o papel fundamental de articular instituições, entre universidades e centros de pesquisa, organizações da sociedade civil, outros órgãos de governo e estado, com vistas a subsidiar políticas públicas estratégicas para o País. E é sempre importante ressaltar: há muita ciência e conhecimento de primeira grandeza sendo produzidos no Cerrado e sobre o Cerrado, inclusive na Universidade Federal de Goiás”, disse.

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Movimento pela criação do Instituto Nacional do Cerrado começou em 2023, liderado pela UFG

 

 

Fonte: Reitoria Digital UFG, com informações da The Nature Conservancy

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