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Reitores defendem inclusão do tema cerrado nas discussões da COP 30

Actualizado en 14/06/25 08:55 .

Gestores participaram de painel durante o Festival Internacional de Cinema Ambiental (FICA)

Texto e foto: Ana Paula Vieira

A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, e o vice-reitor Jesiel Carvalho participaram do Painel “COP 30 na Amazônia, e o Cerrado? Salvar e conservar é urgente”, que reuniu reitores e representantes de oito instituições públicas de ensino superior localizadas em regiões com o bioma cerrado nesta sexta-feira (13/6), em Goiás, durante o Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA), que ocorre entre os dias 10 e 15 de junho. O evento é uma realização do Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em correalização com a UFG por meio da Fundação Rádio e Televisão Educativa (RTVE).

Os gestores defenderam a inserção da temática do cerrado durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 30, a ser realizada em Belém em novembro deste ano. O reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Gilmar Pereira da Silva, compartilha da ideia e destacou: “Cerrado e Amazônia não são apenas vizinhos geográficos, são ecossistemas interligados. Não basta o cerrado estar presente na COP, precisa estar representado de maneira digna, justa e com protagonismo”.

Angelita fez um histórico das movimentações lideradas pela UFG desde 2023 em prol da criação do Instituto Nacional do Cerrado, que conta com a adesão de diversas instituições. “Essa unidade é extremamente necessária para conferir ao Cerrado a importância e a visibilidade como bioma, para que este grupo seja reconhecido nas estruturas do governo federal, nas estruturas do estado brasileiro como um bioma que é necessário e central para a preservação das águas”, disse Angelita.

O vice-reitor Jesiel Carvalho explicou a concepção do Instituto Nacional do Cerrado: “Uma estrutura vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, similar a outras estruturas equivalentes para outros biomas do país, e que tenha papel equivalente na pesquisa e também na articulação de atividades. Importante destacar a motivação para ter um instituto nacional de pesquisa vinculada ao MCTI: a especificidade do cerrado é um passo que tem, por um lado, uma natureza simbólica importante e um valor estratégico enorme”.

Painel
Durante o Painel mediado pela reitora da UFG, os gestores falaram sobre iniciativas de ensino, pesquisa e extensão relacionadas ao cerrado desenvolvidas por suas instituições, além de pontuarem a importância do bioma e da sua preservação. O professor da UFG Laerte Guimarães Ferreira explicou que o cerrado, atualmente, é o bioma mais ameaçado, devido à atividade agropecuária e por ter muitas áreas em propriedades privadas, que podem ser legalmente desmatadas, o que não deveria acontecer.

A reitora da UnB, Rozana Naves, lembrou a função do cerrado como “caixa d'água do Brasil”, e a importância dos modos de vida tradicionais. “Nesse contexto, a UnB está aqui respondendo esse chamado e ampliando o seu compromisso com o Cerrado, não apenas na produção de genótipos, mas na proposição de alternativas sustentáveis, éticas e justas, incorporando a ciência cidadã, a justiça ambiental e os direitos da natureza como princípios orientadores”, disse.

O reitor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Carlos Henrique de Carvalho, enfatizou o vasto conhecimento produzido sobre o cerrado, e afirmou que por isso as instituições “têm que estar agregadas em um centro”. Ele analisou: “Estou falando do berço das águas, da origem das grandes bacias hidrográficas brasileiras, de um território que abriga mais de 80 milhões de pessoas e centenas de povos e comunidades tradicionais. No entanto, é também o bioma mais ameaçado e menos protegido do país”.

O reitor da Universidade Federal de Jataí (UFJ), Cristiano Peres, falou sobre as ações da UFJ relacionadas ao cerrado e alertou: “O Instituto Nacional do Cerrado não vai ser nada sem a participação de todos nós. Defender essas riquezas é dever de todos”.

O vice-reitor da Universidade Federal de Catalão (UFCat), Cláudio Lopes Maia, afirmou: “Para proteger o cerrado tem que ter outra concepção de agricultura, agricultura camponesa, que produz alimentos e respeita o bioma”.

O reitor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Antônio Cruvinel, falou sobre a importância da união em torno da pauta do cerrado, para se consiga, em um “futuro breve e de forma qualificada, mostrar que nós reavivaremos para a luta contínua e consigamos êxito na luta pelo que é nosso”.

O reitor do Instituto Federal Goiano, Elias de Pádua Monteiro, ressaltou: “É uma honra para nós participar desse movimento em defesa do bioma. Nos colocamos à disposição”.

Da mesma forma, a reitora em exercício do Instituto Federal de Goiás, Lorena Pereira de Souza Rosa, falou sobre as pesquisas da instituição acerca do tema cerrado e reforçou a importância das discussões incluírem também representantes da agricultura familiar, indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais. “É com vocês que a gente precisa aprender”, disse Lorena.

Fuente: Reitoria Digital UFG

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