
UFG em Caldas Novas capacita primeira turma de agricultores familiares
Curso é oferecido pelo Centro de Formação para a Agricultura Familiar
Texto: Luiz Felipe Fernandes
Fotos: Luiz Felipe Fernandes e Arthur Lopes
Durante três dias, 24 pessoas de diversos assentamentos de Goiás estiveram em Caldas Novas para participar das atividades do primeiro módulo do curso do Centro de Formação, Capacitação e Desenvolvimento de Tecnologias para a Agricultura Familiar da Universidade Federal de Goiás (UFG). O curso faz parte do projeto desenvolvido com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), que também envolve a recuperação da estrutura física do local – a antiga Vila de Furnas, doada para a UFG – e o desenvolvimento de pesquisas.
O vice-reitor Jesiel Freitas Carvalho esteve no encerramento do curso, na última sexta-feira (9/5), e destacou o aspecto simbólico da formação da primeira turma. “É um dia histórico”, comemorou. Jesiel afirmou que o desenvolvimento e a transferência de conhecimentos e tecnologias para a agricultura familiar são áreas estratégicas para o país e prioridade da UFG.
Vista área do Centro de Formação para a Agricultura Familiar, em Caldas Novas
“Levar mais conhecimento e tecnologia melhora o processo de plantio, dá mais qualidade de vida para quem trabalha no campo, melhora a qualidade do alimento. Tudo isso tem como resultado, no final das contas, o aumento do volume da produção, a qualidade da produção e a renda das pessoas envolvidas, o que é uma condição fundamental para estimulá-las a continuar nessa atividade”, disse o vice-reitor.
De acordo com a diretora do Centro de Formação, Abadia dos Reis Nascimento, o primeiro módulo do curso abordou o preparo e a cobertura do solo e o plantio de mudas. No segundo módulo, os participantes vão aprender sobre adubação. A última etapa do curso abordará as possibilidades de geração de renda, com a transformação dos produtos plantados nos dois primeiros módulos em artigos com potencial de comercialização, como conservas, molhos e geleias.
“A ideia é aproveitar tudo o que foi plantado nos outros módulos para a geração de renda para a agricultura familiar”, explicou Abadia.
Vice-reitor da UFG, Jesiel Freitas Carvalho, no encerramento do primeiro módulo
Novos conhecimentos
A tecnologia do mulching plástico foi o que mais chamou a atenção de Junior Aparecido Medeiros de Jesus, do assentamento Oziel Alves Pereira, na cidade de Baliza, região do Vale do Araguaia. O material é usado para cobrir o solo ao redor das plantas e garantir seu bom desenvolvimento.
“Eu gostei muito da técnica do mulching, porque lá [no assentamento] nós temos uma cooperativa e eles não utilizam, e nós sofremos muito para capinar. Vai ser algo que eu vou levar de conhecimento e vou poder mostrar para eles que tem como facilitar”, contou. “É uma coisa que muda a roça da pessoa, que vai produzir mais”, acrescentou Luan Henrique Carvalho Rodrigues, do assentamento Reata, em Jussara.
Unanimidade entre os participantes foram as máquinas agrícolas, apresentadas pelo professor Arthur Gabriel Caldas Lopes, da Escola de Agronomia da UFG. “Eu nunca tinha mexido com trator”, disse Luan Henrique, entusiasmado com o conhecimento adquirido. Os equipamentos otimizam o preparo do solo e facilitam o plantio.
Participantes conhecem a técnica do mulching plástico
O vice-reitor destacou a necessidade de transferir tecnologia para o campo, citando o acordo de cooperação entre diversas universidades – incluindo a UFG –, o MDA, o Ministério da Agricultura da China e a China Agricultural University (CAU) para a mecanização agrícola destinada ao pequeno produtor. Na UFG, o projeto é desenvolvido no Polo de Tecnologias Sociais e Sustentabilidade (PTSS).
O Centro de Formação, Capacitação e Desenvolvimento de Tecnologias para a Agricultura Familiar em Caldas Novas também está passando por reformas estruturais. Sete casas já estão reformadas e outras três estão recebendo as obras de renovação. A escola que compõe o complexo também passará por reforma, que deve ser concluída ainda este ano. A melhoria do espaço físico ampliará ainda mais a capacidade de desenvolvimento de pesquisa e extensão no local.
Pós-doutoranda Macelle Guimarães mostra aparelho que mede umidade do solo
Fonte: Secom UFG
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