Humanidades

Evento sobre o antigo ICHL dá início ao Ano das Humanidades na UFG

Actualizado en 23/05/23 15:29 .

Série de iniciativas começou nesta terça-feira (23/5), data que marca os 50 anos da primeira aula do antigo Instituto de Ciências Humanas e Letras 

Texto: Ana Paula Vieira
Fotos: Carlos Siqueira e Marília Sabino

Humanidades

A UFG celebrou, na manhã desta terça-feira (23/5) os 50 anos da primeira aula do antigo Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) realizada no Câmpus Samambaia. Em cerimônia no auditório Lauro Vasconcelos, gestores da UFG, técnicos-administrativos, docentes e estudantes da antiga unidade relembraram a história e memórias daquele momento.

Na mesa de abertura, as falas apontaram que o ICHL foi desmembrado em outras unidades ao longo do tempo e, atualmente, é preciso criar oportunidades de integração entre elas. O diretor da Faculdade de Ciências Sociais Luiz Mello destacou a necessidade de “espaços de sociabilidade mais consolidados”. Seguindo a mesma linha, o diretor da Faculdade de Letras, Jamesson Buarque, afirmou que “é preciso intensificar a interação entre as unidades”. A diretora da Faculdade de História, Fabiana Fredrigo, considerou que o próprio evento é uma “oportunidade de olharmos em retrospectiva para a matriz e de forma prospectiva para suas filiais, refletindo sobre nossas urgências, presentes e potências”.

Representando o diretor da Faculdade de Informação e Comunicação, Daniel Christino, Salvio Farias disse: “Essa aproximação se dá nos nossos trabalhos, mas também deve ocorrer espacialmente, para que a gente se visite, se conheça e descubra o que estamos fazendo”. Diretor da Faculdade de Filosofia, Anderson Borges lembrou que, na época da criação da UFG, era obrigatório por lei que as universidades tivessem os cursos de Direito e uma Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras: “Isso mostra como as humanidades estão na base da constituição da Universidade. Sem o princípio unificador trazido pelas humanidades, não existiria a UFG”.

Em seu pronunciamento na abertura, o vice-reitor Jesiel Carvalho analisou: “A UFG tomou uma decisão administrativa de converter os institutos básicos em unidades isoladas, mas o efeito colateral é um certo distanciamento; então iniciativas dessa natureza são importantes. A temática, o conhecimento, a área não pode se fragmentar”

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Ano das Humanidades
A data de 23 de maio de 2023 marca os 50 anos da mudança dos cursos do antigo ICHL para o Câmpus Samambaia e, além disso, a unidade completa 55 anos de sua criação no dia 18 de dezembro deste ano. Neste intervalo, uma série de eventos será realizada durante o “Ano das Humanidades na UFG”, conforme explicou a reitora da Universidade, Angelita Pereira de Lima. “O estratégico disso que estamos fazendo hoje é dar visibilidade ao protagonismo das humanidades e das ciências humanas para que a Universidade possa atender ao grande chamado que é dar conta dos problemas desse país. Além da fome, enfrentamos o problema da desinformação. Temos tecnologia avançadíssima do ponto de vista das soluções tecnológicas, mas precisamos do conceito”, disse a reitora.

Ainda segundo a reitora, dentro do Ano das Humanidades, a UFG vai promover outros eventos como uma Olimpíada das Humanidades da Universidade e um hackaton da democracia. “Queremos produzir essa reflexão profunda, estimular e engajar na produção das ciências humanas para dar respostas à sociedade”, finalizou a gestora.

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História e memórias
Após a abertura, o último diretor do antigo ICHL, Itami Campos, proferiu uma palestra sobre a história do Instituto. Ele relembrou o contexto da criação da unidade, há 55 anos: no Governo Federal, estava Juscelino Kubitschek; no Governo Estadual, Mauro Borges. “Não foi tranquilo, não houve unidade, havia muita oposição contra a universidade”. Ele ainda destacou que após o golpe militar de 1964, vários estudantes e professores foram perseguidos e afastados, por serem considerados subversivos.

Após a fala do professor Itami, o professor Marlon Jeison Salomon focou em sua fala a história da pós-graduação na UFG, que nasceu nos cursos de Letras e História, abordando também o contexto da pós no Brasil naquele momento. Ele explicou que, inicialmente, o campo científico brasileiro se estruturou a partir de uma distinção entre a pesquisa científica e a formação superior; somente mais tarde foi adotado um novo modelo de pós-graduação no País, em que a formação profissional e a produção do conhecimento científico se fundiram. Salomon ainda detalhou o protagonismo da professora Lena Castello Branco e a celebração de um convênio entre a UFG e a Universidade de São Paulo, que viabilizou a criação dos cursos stricto-sensu de Letras e História na UFG.

O evento foi encerrado com uma roda de conversa entre os professores José Ternes (Filosofia) e Francisco Quaresma (Letras) e os técnicos-administrativos Gustavo Antônio Pereira Junior (História) e Vera Lúcia Roncato (Letras), que relembraram histórias e memórias do antigo ICHL.

Fuente: Reitoria Digital UFG

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