Reitoria faz balanço da Universidade em 2022

Texto: Ana Paula Vieira
Imagem: Reprodução Youtube

O Boa Semana UFG dessa segunda-feira (26/12) trouxe uma entrevista com a reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, e com o vice-reitor Jesiel Carvalho, que falaram sobre os principais temas da universidade em 2022. A apresentação foi do jornalista Fabrício Soveral, que sorteou temas para os comentários dos gestores. 

O primeiro assunto sorteado foi "retorno presencial", que ocorreu em 100% das atividades na UFG em maio desse ano, com o início do primeiro semestre letivo de 2022. A reitora lembrou que o ano começou com boa parte das atividades acadêmicas de forma remota, embora a Universidade nunca tenha fechado suas portas em decorrência da pandemia de covid-19 e algumas ações administrativas e de pesquisa estivessem ocorrendo presencialmente. Ela ressaltou que foi um desafio e uma grande experiência do ponto de vista administrativo e afetivo: "Da mesma forma que nos preparamos para fazer da melhor maneira as atividades acadêmicas de ensino na forma remota, também foi necessário que nos preparássemos para o retorno presencial: preparação da comunidade para uso de máscaras, a forma de fazer a abordagem, o convencimento da importância do uso de máscaras, preparação dos ambientes com janelas abertas, assepsia. Foi interessante receber os depoimentos dos professores e estudantes de como foi emocionante esse retorno". 

Para o vice-reitor da UFG, Jesiel Carvalho, "a retrospectiva de 2022 poderia se dar em torno desse tema". "O grande desafio desse ano foi exatamente modular as decisões da Universidade para o retorno presencial. Tiveram vários aspectos importantes envolvidos nesse retorno, mas eu destacaria o papel da Faculdade de Enfermagem, Instituto de Ciências Biológicas, Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, Instituto de Química e das áreas da saúde, que tiveram envolvimento extremamente importante no aconselhamento, na orientação e também em proporcionar os testes para acompanhar a evolução da pandemia na Universidade, a vacinação na sala da FEN; o apoio dessas unidades na área de saúde, que se expressava através do GT de Saúde, foi fundamental para que pudéssemos voltar".

Câmpus da UFG 
Jesiel Carvalho sorteou o tema "Câmpus da UFG" e explicou que a Universidade, além dos câmpus Colemar Natal e Silva e Samambaia, em Goiânia, tem também os câmpus nas cidades de Goiás e Aparecida de Goiânia, além de instalações em Firminópolis e Caldas Novas, onde são desenvolvidas atividades de estágio, pesquisa e extensão. Ele falou sobre a importância dessas unidades terem uma maior integração internamente e entre elas. 

Carvalho ainda lembrou que o Câmpus Aparecida de Goiânia "avançou muito", com a construção do edifício e acessos entregues esse ano, e que o próximo desafio é a ligação de energia no local para o seu pleno funcionamento. Em Goiás, conforme o vice-reitor, a principal demanda é a ampliação do espaço físico, demanda que já recebeu uma sinalização positiva em negociação com o governo estadual, que praticamente dobraria a área atual do Câmpus Areião. Segundo ele, o desafio seguinte será a construção de edificações dentro dessa nova área.

Orçamento
Outro tema abordado durante a retrospectiva do ano no Boa Semana UFG foi o orçamento da Universidade. A reitora destacou que 2022 foi marcado por uma crise orçamentária. "Já tínhamos um orçamento insuficiente: R$ 63 milhões, sendo R$ 3 milhões destinados à capital - que é insignificante para fazer qualquer aquisição de equipamentos -, e R$ 59 milhões para manutenção", disse Angelita. Além de um corte de R$ 7,7 milhões, a reitora informa que já havia um passivo anterior de cerca de R$ 10 milhões e um passivo acumulado do tempo pela redução de orçamento na Universidade e um consequente acúmulo de problemas nos espaços físicos e manutenção. "Foi um ano muito difícil", resumiu a gestora. 

Devido aos cortes orçamentários, algumas ações foram empreendidas: "Várias movimentações tanto do ponto de vista da mobilização da sociedade, denúncias como divulgação da situação da universidade, articulação com as outras instituições públicas de ensino superior públicas do estado de Goiás", enfatizou Angelita. Segundo ela, em dois momentos a pressão articulada nacionalmente com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) levou ao recuo nos cortes e bloqueios. "Fizemos movimentos importantes e o saldo de tudo isso é que obtivemos a solidariedade e compressão da comunidade externa à UFG, uma ação solidária entre as instituições, obtivemos da imprensa local, principalmente, uma presença de cobertura da situação que nos fortaleceu nas nossas reivindicações e na nossa relação institucional com os parlamentares e até mesmo com o Governo Federal. Isso nos tornou uma instituição mais forte apesar dos cortes", contou a reitora. 

Angelita ressaltou ainda que a Universidade chega ao final do ano com um último desbloqueio de R$ 2,4 milhões e com a perspectiva de retorno de um recurso bloqueado. "Isso nos dará condições de iniciar o ano de 2023 sem as dívidas, começar o ano podendo fazer nossos planejamentos, honrar nossos compromissos para manter todos nossos campus de portas abertas e um ambiente de qualidade para que nossa comunidade possa cumprir sua finalidade, que é a atividade de ensino", projetou a reitora. 

Formação de pessoas
Quanto ao tema "formação de pessoas", o vice-reitor da UFG enfatizou que essa é a finalidade principal da Instituição. "Tudo o mais que fazemos deve estar a serviço e deve ser consequência dessa missão fundamental da Universidade", disse Jesiel. Ele relatou o crescimento dos indicadores da pós-graduação da UFG em 2022: "Tivemos um aumento de 300% nos cursos de excelência [cursos com notas 6 e 7, sendo que o conceito máximo na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) é 7]. Temos hoje cerca de 62% dos nossos cursos de pós-graduação stricto sensu com notas entre 5, 6 e 7". 

O vice-reitor da UFG enfatizou que esse resultado é fruto de um processo longo que envolve professores, técnicos-administrativos, estudantes e a gestão da universidade, sendo que a gestão começa com as coordenações de cursos de graduação, pós-graduação, diretores de unidades acadêmicas, diretores dos órgãos, pró-reitorias e Reitoria. "Essa gestão complexa, baseada em estruturas colegiadas, é que faz então todo o processo de coordenação dessa força sofisticada que é a força humana que tem na Universidade", resumiu Jesiel.

62 anos
O aniversário da UFG, celebrado no dia 14 de dezembro, também foi pauta no Boa Semana UFG. A reitora Angelita destacou a "belíssima programação" que resgatou a memória da Universidade a partir dos seus fundadores. Entre os eventos realizados, o aniversário de 60 anos da Rádio Universitária, a exposição sobre o jornal 4º Poder e homenagens aos pioneiros da Instituição. "Homenageamos aqueles que abriram os caminhos para essa grande UFG que nós somos e assim terminamos o ano de 2022 com muita alegria, compromisso, responsabilidade, sabendo que há muito o que fazer, mas que foi feito o melhor e fomos além para garantir que a Universidade terminasse o ano de portas abertas apesar da crise, apesar dos cortes orçamentários, ciente do seu papel, melhorando cada vez mais metodologicamente e renovando seus compromissos", finalizou a dirigente.

Ao final do programa, os gestores ainda deixaram uma mensagem para o ano novo. "As esperanças se renovam, temos que arregaçar a manga, reforçar nossa coragem e nossa capacidade de trabalho para poder de fato construir uma sociedade mais justa, mais igualitária", afirmou Jesiel. "Eu quero desejar um ano de 2023 pleno de realizações. Que esse ano de 2023 seja realmente um ano de reconstruções, de reencontros. O reencontro com a paz, com os desafios, com a coragem para a gente construir um país melhor. Um grande tema hoje que discutimos na universidade é a sustentabilidade, então que o ano de 2023 seja o ano da sustentabilidade e o ano da paz", concluiu a reitora da UFG. 

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