UFG libera refeições no RU para bolsistas da CAPES após bloqueio do governo

Texto: Fabrício Soveral
Fotos: Lais Dias

A Reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG) recebeu estudantes da pós-graduação da instituição, na manhã desta quinta-feira (8/12), no prédio da Reitoria, no Câmpus Samambaia, em Goiânia. Os estudantes estão realizando uma série de atos de mobilização, através da Associação de Pós-Graduandos (APG/UFG), pelo bloqueio do pagamento das bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Em assembleia extraordinária, na quarta-feira (7/12), a APG aprovou uma greve geral na pós da UFG até que as bolsas sejam pagas. No encontro com a Reitoria, a associação entregou uma carta de reivindicações para o vice-reitor Jesiel Carvalho e para os pró-reitores de Pós-Graduação, Felipe Terra Martins, e de Administração e Finanças, Robson Geraldine.

Na noite da última terça-feira (6/12), a CAPES, que é vinculada ao Ministério da Educação (MEC), divulgou uma nota informando que não terá dinheiro para pagar mais de 200 mil bolsas de alunos da pós-graduação (mestrado, doutorado e pós-doutorado). O motivo é o decreto do governo federal que congelou recursos financeiros da pasta. A decisão já vale para este mês de dezembro e na UFG atinge cerca de 1500 bolsistas.

“A gente entende os limites da Universidade, a gente entende que as bolsas vêm da Capes e que a UFG fica de mãos atadas em determinados momentos, mas estamos aqui para dizer o que queremos da instituição neste momento”, explicou o presidente da APG, Leo Alves.

O documento entregue à Reitoria indica três reivindicações: 1- Liberação do RU para os estudantes da pós-graduação; 2- Construção de um fundo emergencial para auxiliar as pessoas bolsistas em situação de vulnerabilidade, através dos recursos da Funape; e 3- Congelamento do calendário da pós até a regularização do pagamento das bolsas.

Felipe Martins informou que antes mesmo da entrega da carta, a PRPG/UFG já estava trabalhando para viabilizar a primeira reivindicação e, até que as bolsas da CAPES sejam pagas, esses bolsistas terão acesso às três refeições diárias do Restaurante Universitário (RU) sem custos. “Estamos juntos com vocês nessa indignação e nessa pauta”, ressaltou o pró-reitor.

Em relação à segunda reivindicação, o vice-reitor Jesiel Carvalho argumentou que a Reitoria tem interesse em apoiar esse fundo, mas que é preciso estudar os meios para torná-lo viável porque o recurso é de uma fundação de apoio da Universidade, ou seja, não é administrado pela gestão superior.

“E no que se refere aos calendários da pós-graduação, as coordenações dos programas têm autonomia, mas acredito no espírito de colaboração para minimizar os problemas, tenho certeza que os estudantes podem ficar tranquilos em relação a isso”, pontuou.

Jesiel ainda lembrou que a reitora Angelita Pereira de Lima está em Brasília, participando do Conselho Pleno da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), cuja pauta engloba as ações para tentar reverter os cortes nos orçamentos das universidades e das bolsas da Capes.

“Estamos do mesmo lado nesta batalha e, obviamente, nós não temos como resolver, mas temos meios para tentar minimizar essa grave situação dentro das nossas possibilidades”, finalizou o vice-reitor.

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