UFG entrega celulares para catadores que voltaram a estudar

Texto e fotos: Fabrício Soveral

A UFG realizou, na tarde desta quarta-feira (8/12), a entrega de 40 smartphones para cooperativas de catadores de materiais recicláveis. Elas são participantes do projeto Catador com Ensino Médio, um projeto de extensão da Universidade, em parceria com o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR),  a Central de Cooperativas de Reciclagem do Estado de Goiás (Cecooreg) e a Defensoria Pública do Estado de Goiás. A cerimônia foi realizada no saguão do prédio da Reitoria da UFG e contou com a presença de autoridades estaduais e municipais e representantes das cooperativas.

O coordenador do Projeto e professor da UFG, Rafael Saddi, explica que o objetivo é estimular os catadores a voltarem a estudar. Isso é feito em ações como cursos preparatórios com metodologia orientada para que os catadores realizem as provas do Encceja, exame nacional que concede o certificado de conclusão do ensino médio e do ensino fundamental.

“Muitos catadores querem participar do projeto, alguns chegaram a se matricular, mas não conseguiram entrar nas aulas on-line porque os celulares são muitos ruins, em geral foram encontrados no lixo, são aparelhos antigos. Com esses smartphones, as cooperativas vão oferecer aos catadores um acesso garantido a essas aulas. É um processo de inclusão educacional e digital”, destacou Saddi.

“O que nós precisamos para melhorar a nossa vida é conhecimento, muitos catadores não têm sequer a leitura desenvolvida, e a partir desse curso começamos a mudar essa situação. A doação desses aparelhos é um estímulo para trazermos ainda mais pessoas para fazer parte desse projeto tão importante”, disse o presidente da Cecooreg, Claubi Teixeira de Lemo.

O reitor da UFG, Edward Madureira, ressaltou a importância da assessoria jurídica da Universidade para encontrar os caminhos legais para que a doação fosse possível. “Esses smartphones são excedentes das doações que recebemos na campanha de inclusão digital que realizamos para as aulas remotas, se ficassem fechados nas caixas ficariam obsoletos com o tempo e seria um desperdício. No entanto, como somos uma instituição pública, tivemos que ‘desatar esse nó’ para realizar o processo dentro da legalidade, e graças a esse esforço do nosso jurídico hoje estamos aqui fazendo essa doação”.

Edward ainda comentou que a Universidade desenvolve várias frentes de trabalho na área de materiais recicláveis com o objetivo de colaborar com o desenvolvimento sustentável e promover a economia circular. “Estamos conversando com vários parceiros para construir aqui na UFG algo que será referência para o país na área de resíduos e todos que quiserem participar serão bem-vindos”, finalizou o reitor.