Fundação de Apoio à Pesquisa completa 40 anos e comemora com evento online e homenagens

Texto: Ana Paula Vieira
Foto: Patricia Tavares Soares

A Fundação de Apoio a Pesquisa (Funape) da UFG completou 40 anos nesta quarta-feira (2/6) e comemorou com um evento online em que estiveram presentes reitores de instituições apoiadas, ex-reitores da UFG, ex-diretores da Fundação e professores que participaram da sua criação.

O atual diretor executivo da Funape, Orlando Afonso Valle do Amaral, conduziu a solenidade e falou sobre a atuação da entidade que somente em 2020 apoiou 204 projetos que movimentaram R$ 243 milhões. Desses, 138 iniciativas são da UFG. Somando todos os projetos em execução atualmente, a Funape gere recursos da ordem de R$ 770 milhões. Apenas em 2020 foram pagas 16 mil bolsas, nas quais foram investidos R$ 40 milhões. No ano passado, o superávit da Fundação foi de R$ 1,5 milhão.

Além de mostrar os números, Orlando destacou o papel da Fundação no apoio à UFG em diversas ações, muitas delas relacionadas ao enfrentamento da pandemia de covid-19. Ele também destacou que, em 2020, a Funape foi classificada como a “Fundação número 1” do estado de Goiás, com pontuação máxima nos critérios do Ministério Público Estadual.

Orlando comentou ainda a importância da Fundação: “Esse é um momento muito importante para a Funape e para a UFG. Construímos ao longo desses 40 anos essa Fundação que eu não tenho dúvida de que é um orgulho para essa instituição. Hoje, deixou de ser apenas fundação de apoio para a UFG, é fundação de apoio também para outras instituições em Goiás e de fora do estado”. Atualmente, a Funape também apoia ações do Instituto Federal Goiano (IF Goiano), Instituto Federal de Goiás (IFG), Universidade Estadual de Goiás (UEG), Universidade de Brasília (UnB), Hospital das Forças Armadas (HFA), Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).

História
A história de criação da Funape foi relembrada durante o evento, que contou com a participação da ex-reitora da UFG, Maria do Rosário Cassimiro, responsável pela implantação da Fundação; do primeiro pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFG, Joaquim Caetano; dos professores Ana Christina Kratz e Fernando Luiz Kratz, que participaram das discussões acerca da criação da Fundação.

O professor Orlando contou que, em 2 de junho de 1981, um grupo de 20 professores da UFG registraram a Fundação em cartório, como uma instituição de direito privado, sem fins lucrativos, com o objetivo de promover e apoiar a pesquisa científica, atividades culturais e artísticas, a partir da percepção de que era necessário fortalecer as atividades de pesquisa na UFG. Na época, cada um contribuiu com 5 mil cruzeiros, que formaram o patrimônio inicial da Funape.

A ex-reitora Maria do Rosário Cassimiro contou que a ideia de criação da Funape veio do reitorado anterior, do professor José Cruciano de Araújo, mas que coube a ela a implantação da unidade. Segundo ela, na época existiam poucas fundações no Brasil e uma certa resistência de órgãos de controle à instalação dessas entidades. Mas depois de discussões e gestões feitas no seu mandato, houve a liberação para instalação da Funape.
“As coisas felizmente foram muito bem, a Universidade e a Funape foram muito bem geridas nesses anos todos. A Funape trouxe benefícios para a Universidade e está trazendo até hoje. Tenho muito orgulho de ter sido quem pôs a mão na caneta para nomear o primeiro presidente. Tenho um amor muito grande à UFG e guardo no meu coração todos aqueles oito anos em que trabalhei na Administração Superior. A Funape foi uma das grandes realizações que fizemos nesse período entre Cruciano e Maria Cassimiro”.

A professora Ana Christina Kratz lembrou que a luta por investimentos para a pesquisa começou muito antes de 1968 e, após a reforma universitária daquele ano, surgiu o embrião da Copercope, criada para gerir os 3% do orçamento da universidade que eram destinados à pesquisa. “Para nós é muito bom estar participando desse momento. Parabéns às gestões e àqueles que conseguiram consolidar essa ideia que foi muito difícil no começo. Vocês que coordenaram a Funape nesses anos conseguiram fazer dessa instituição um patrimônio da UFG”, analisou a professora.

Fernando Luiz Kratz também destacou que a questão do financiamento da pesquisa sempre foi crucial: “A universidade, como tinha um orçamento muito rígido, a saída foi a criação dessas fundações, inspiradas nas entidades de São Paulo e do Rio Grande do Sul, que eu acho que foram as duas primeiras. Os professores naquela época tinham carga-horária de 18h e, apesar disso, pesquisavam”.

Joaquim Caetano enfatizou que havia muita oposição à criação da Funape: “Não foi muito tranquilo não, mas valeu a pena. Conseguiram criar uma instituição dentro da universidade que continua funcionando”.

Homenagens
O reitor da UFG, Edward Madureira, e o ex-deputado federal e professor aposentado da UFG, Vilmar Rocha, foram homenageados pela Funape. O diretor executivo, Orlando Afonso Valle do Amaral, explicou que o reconhecimento se deveu à atuação dos dois em um processo no qual a Funape tinha recebido uma sanção desproporcional que a impedia de contratar com o poder público. Então foi feita uma ação rescisória, que a Funape venceu por unanimidade.

Após receber a placa de reconhecimento, Vilmar Rocha afirmou que tem uma ligação emocional com a UFG: “Entrei aqui como aluno em 1970. Em 1978 passei a ser professor da UFG. É uma ligação muito forte: profissional, pessoal, emocional”. Sobre a Funape, ele completa: “A gente chega à conclusão de que a Funape está consolidada como uma das grandes instituições de apoio à pesquisa não só do nosso estado, mas do país. É um privilégio a gente saber que aqui em Goiás temos uma fundação de amparo à pesquisa tão prestigiada”.

O reitor da UFG, Edward Madureira, pontuou que o trabalho pela Funape “não foi nada mais do que o papel que o gestor tem que fazer”. “Cumprimos nossa obrigação de defender um patrimônio que não é só da UFG. A Funape se tornou um patrimônio do povo brasileiro. Nada mais que a nossa obrigação emprestar a credibilidade da instituição na defesa de uma causa absolutamente justa”, argumentou o reitor. Ele finalizou agradecendo o trabalho de todo o corpo administrativo da Funape e a confiança das instituições apoiadas pela Fundação.

Servidores, gestores e autoridades da Fundação e da UFG também participaram da solenidade.