Reitor reafirma que UFG só volta às aulas presenciais com as condições adequadas
Assunto foi tema da Live da Reitoria dessa quinta-feira (29/4), quando o reitor também comentou sobre a situação orçamentária das universidades federais
Texto: Ana Paula Vieira
Na Live da Reitoria dessa quinta-feira (29/04), o reitor da UFG, Edward Madureira, destacou dois assuntos do momento na universidade: o questionamento se a instituição retornará às aulas presenciais e a gravidade da situação orçamentária não só da UFG, mas das universidades federais brasileiras.
Sobre aulas presenciais, Edward comentou que a partir do decreto da Prefeitura de Goiânia autorizando esse retorno inclusive na educação superior, é natural que haja alguma pressão nesse sentido, mas que na UFG o tema continuará a ser tratado com a mesma responsabilidade e cuidado adotados desde o início da pandemia de covid-19. Segundo ele, o retorno presencial depende de uma série de fatores, como condições epidemiológicas, decréscimo consistente, por algumas semanas, no número de pessoas contaminadas e taxa de ocupação hospitalar mais baixa.
Edward lembrou ainda que a UFG não está funcionando apenas com atividades remotas, pois existem atividades presenciais acontecendo e aulas práticas emergenciais principalmente nas fases finais de alguns cursos. O reitor também falou sobre o atual estágio do calendário acadêmico: “Já temos um semestre planejado que vai até junho e semana que vem a gente discute um calendário também projetando atividades remotas preferencialmente. Então não há o que a gente se assustar por enquanto de que vamos voltar de qualquer jeito ou que vamos voltar amanhã. Vamos voltar com as condições adequadas”.
Em relação à notícia de que os professores serão vacinados, o reitor da UFG comentou que esse grupo deve começar pelos professores da educação básica e que, no caso da UFG, é preciso lembrar que a comunidade de estudantes também precisa ser vacinada, pois a maioria tem mais de 18 anos e está no público-alvo da imunização. “Continuaremos com o mesmo cuidado com a vida, com as pessoas, para garantir a qualidade e a isonomia no tratamento”, alertou o reitor. Conforme Edward, a UFG tem uma comissão para discutir as condições para o retorno presencial e esse grupo foi convocado para uma nova reunião. Entretanto, ele informa: “Não tem pressa nenhuma, não há o que desesperar agora. Vamos continuar com a prudência que a gente vem tratando a questão. Aulas práticas emergenciais onde for estritamente necessário e atividades remotas em boa parte das nossas ações”.
Orçamento
O reitor da UFG e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) ainda falou sobre os esforços empreendidos pelos gestores das universidades para a recomposição do orçamento. Segundo ele, além do orçamento de 2021 ter sido aprovado com vetos presidenciais que cortaram mais recursos das universidades e do Ministério da Educação, foi anunciado nessa quinta-feira (29/4), um bloqueio de 13,8%. Na UFG, a redução do orçamento em 2021 é de mais de R$ 20 milhões.
Edward continua, lembrando que o fato de o orçamento estar dividido em duas partes (40% não condicionado e 60% condicionado, dependente de aprovação de projeto de lei para liberação) agrava o quadro. “E, para piorar, um contingenciamento de 13,89% anunciado hoje. Situação absolutamente dramática e nós reitores estamos mobilizados o tempo todo. Tivemos reunião hoje, temos outra semana que vem, vamos à Brasília tentar sensibilizar os parlamentares porque a situação em 2021 não está nem um pouco fácil para as universidades”, ressaltou o reitor.
Mesmo com a queda do orçamento das universidades federais, o número de matrículas nas instituições cresceu: em 2014 eram cerca de 1,2 milhão de estudantes e, em 2021, o número é de pouco mais de 1,3 milhão. O reitor esclarece que, em 2014, o orçamento discricionário (que a universidade pode destinar à aplicação em ações como assistência estudantil, obras, manutenção e programas especiais), era de R$ 7,3 bilhões; número que caiu para R$ 4,5 bilhões em 2021. “Mas se for fazer uma comparação real, não podemos comparar R$ 7,4 com R$ 4,5, porque tem inflação. Então, aplicando o IPCA, o valor de R$ 7,4 bilhões, para ter o mesmo poder de compra hoje que tínhamos em 2014, significa R$ 10,4 bilhões. Então a comparação é essa: R$ 10,4 bilhões contra R$ 4,5 bilhões”, afirmou Edward.
Por outro lado, Edward enfatizou que mesmo diante das dificuldades as universidades não pararam durante a pandemia e deram suas contribuições no combate à covid-19. “A universidade não para, se apresenta, enfrenta a pandemia, se coloca como essa instituição solidária e inclusive ousa. A gente está criando o curso de Fisioterapia, Engenharia de Materiais em Aparecida de Goiânia, Pedagogia na cidade de Goiás e nesta sexta-feira iniciamos um novo curso, que é Biblioteconomia na modalidade à distância. Universidade em plena movimentação mas extremamente ameaçada, sem a mínima condição de garantir o funcionamento até o fim do ano”, finalizou.
A Live da Reitoria ocorre toda quinta-feira, às 18h, pelo canal UFG Oficial no Youtube.
Fonte: Reitoria Digital
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