Reitor participa de ato em defesa da educação, ciência e tecnologia

As universidades e institutos federais de Pernambuco realizaram, nessa segunda-feira (29/3), um ato virtual em Defesa da Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação - Pela Manutenção e Funcionamento das Ifes, que contou com a participação do reitor da UFG e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Edward Madureira. 

O reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alfredo Macedo Gomes, mediou o evento. Na abertura, ele explicou que, após a aprovação do Projeto de Lei Orçamentária da União na última quinta-feira (25/3), o corte orçamentário que atinge as universidades e institutos federais é de R$ 1,4 bilhão. “Esse ato conclama o compromisso público com a recomposição dos orçamentos destinados às universidades e institutos federais, com a  atenção à saúde, fortalecimento do SUS e da ciência e tecnologia, além de mais investimentos nessas áreas estratégicas. Como pauta importante encontra-se também a proteção contra os bloqueios e contingenciamento dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT)”, frisou o reitor da UFPE. 

Em sua fala, o reitor da UFG destacou a gravidade da situação orçamentária das universidades federais, ressaltando a importância dessas instituições na composição do sistema de ciência e tecnologia no Brasil. “O país construiu, a duríssimas penas, um sistema de ciência e tecnologia extremamente eficaz, distribuído pelo país, e que sofreu um crescimento nos últimos tempos quantitativo e qualitativo inimaginável. 38 institutos federais, 69 universidades federais, dois Cefets, com a capilaridade que têm, em mais de mil unidades distribuídas no país, têm uma capacidade intelectual instalada extraordinária e que foi testada de forma intensa nesse momento de pandemia. As respostas que nossas instituições deram, estão dando e darão no enfrentamento da pandemia são extraordinárias”, analisou Edward. 

O reitor enfatizou ainda que há cinco anos consecutivos os orçamentos das universidades federais estão congelados, sendo que no último ano a redução foi de quase 9%. Nesse cenário, Edward comenta que todos os ajustes financeiros possíveis já foram realizados, como diminuição de frota, cortes em serviços de manutenção predial e em diversas outras atividades meio. “Em permanecendo esse corte de cerca de 18%, significa que os recursos são suficientes para funcionamento por seis ou sete meses. O caos e a inadimplência estão anunciados, com outra consequência gravíssima: a assistência estudantil sofre um corte de recursos que já não eram suficientes para atender nossa população estudantil que tem perfil socioeconômico de baixa renda. A evasão é o passo seguinte”, ressaltou Edward. 

Além da evasão de estudantes do ensino superior público, para o reitor da UFG, o panorama pode levar à evasão de cérebros e a perda de talentos. Segundo ele, essa situação se agrava pela aproximação de uma grande mudança na pirâmide populacional brasileira, com a diminuição do número de jovens no País. “Isso significa uma ameaça ao futuro da nação”, alertou. Edward destacou que os doutores, recém doutores e professores recebem oportunidades de trabalho em diversos locais do mundo, pela sua competência. Para o reitor, perder quadros como esses impacta na construção de uma nação soberana. “A situação é gravíssima”, pontuou. 

Também estiveram presentes no evento os reitores e vice-reitores das seis instituições federais de Pernambuco e representantes da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Fundação de Amparo a Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe), Confederação Nacional de Trabalhadores da Educação (CNTE), Academia Pernambucana de Ciência (APC), União Nacional dos Estudantes (UNE) e Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG). Participaram ainda o secretário de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, Lucas Cavalcante Ramos e os parlamentares Carlos Veras, Túlio Gadelha, Danilo Cabral, Marília Arraes e Tadeu Alencar. 

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