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Inaugurada a Cátedra Sérgio Vieira de Mello na UFG

Atualizada em 09/03/21 08:33.

Cooperação entre a UFG e a Agência da ONU para Refugiados promoverá ações de ensino, pesquisa e extensão relacionadas ao tema do refúgio

Texto: Ana Paula Vieira

Imagem: Reprodução Youtube

Foi inaugurada nesta sexta-feira (5/3), por meio de evento online no canal UFG Oficial no Youtube, a Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM) na UFG. A iniciativa da Agência da ONU para Refugiados (Acnur) é uma cooperação com instituições universitárias com o objetivo de promover a educação, pesquisa e extensão acadêmica voltadas à população em condição de refúgio. O evento contou com a participação de autoridades da UFG, do município de Goiânia, do Governo do Estado, da Câmara de Vereadores de Goiânia e da Acnur. 

Por meio desse acordo de cooperação entre a UFG e a Acnur, além da promoção de ações  de educação, pesquisa e extensão, será difundido o ensino universitário sobre temas relacionados ao refúgio, formação acadêmica e a capacitação de professores e estudantes dentro da temática. 

Cátedra

A professora responsável pelas Relações Institucionais e Governamentais da CSVM/UFG, Laís Thomaz, agradeceu o apoio da gestão da UFG na criação da Cátedra e explicou que a ideia é unificar atividades relacionadas aos refugiados que já eram desenvolvidas por professores da Universidade. “É urgente que possamos avançar para uma sociedade mais justa e que não deixe ninguém para trás. O estado de Goiás e a cidade de Goiânia devem se esforçar para adoção de políticas públicas de acolhimento a essas pessoas que vem para o nosso país em busca de novas oportunidades”. O coordenador geral da CSVM/UFG, João Roriz, comemorou: “Hoje nós participamos de uma iniciativa linda e necessária, que congrega pessoas com vontade de acolher o próximo, sem deixar de lado o poder crítico de apontar injustiças”. 

A vice-reitora da UFG, Sandramara Matias, lembrou que a instituição já vem construindo uma história de inclusão de pessoas que historicamente estiveram alijadas do acesso à universidade, com ações como o Programa UFG Inclui. Para ela, a Cátedra vai ao encontro desse posicionamento já adotado pela Universidade: “A UFG cumpre uma função social extremamente importante ao criar a Cátedra. É um marco para mais uma ação da UFG no que diz respeito ao acolhimento de pessoas que precisam de ações voltadas para seu bem-estar, qualidade de vida e atendimento das suas necessidades mais básicas”. 

O reitor Edward Madureira frisou que a universidade se sustenta no tripé ensino, pesquisa e extensão, e que a CSVM se insere nessa perspectiva. Ele ainda refletiu sobre a necessidade de humanidade: “Ser humano é respeitar o próximo, independente da nacionalidade dele. Sem contar que todos nós, de certa forma, somos migrantes". Madureira também destacou: “A Universidade tem uma outra característica que nos envaidece muito, que é a capacidade de ser solidária. Ela mostra, nesse momento, compromisso com aqueles que estão de alguma forma excluídos dos processos institucionalizados. Tenho certeza que com essa Cátedra a UFG cresce, o estado de Goiás cresce e as parcerias com Estado e Prefeitura se ampliarão”. 

Acolhimento

O secretário executivo de Planejamento Urbano e Habitação de Goiânia, Michel Magul, afirmou que esse é um momento histórico e parabenizou a UFG. “Nos sensibiliza, cria empatia, humaniza e traz para a área acadêmica a importância da política pública para o refúgio e para o migrante como um todo”, disse Magul. O secretário executivo da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas de Goiânia, Thiago Pereira, representando o prefeito da capital, Rogério Cruz, listou ações da Prefeitura para apoio aos refugiados e também parabenizou a iniciativa da Universidade. “Estamos à disposição da UFG para trabalhar juntos por políticas públicas para os goianienses e para os refugiados”, afirmou Pereira. 

A presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Goiânia, Aava Santiago lembrou a trajetória do diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, que dá nome à Cátedra. Mello trabalhou em diversas crises humanitárias e morreu enquanto atuava como representante oficial do Secretário-geral das Nações Unidas para o Iraque, buscando solucionar o violento conflito que assolava o país, vítima de um ataque à sede da ONU em Bagdá. Para a vereadora, “é muito urgente que nós compreendamos que nossa casa é o mundo, que nosso lugar é a estrada e que a garantia de trânsito e de acolhida são garantias fundamentais que nós gostaríamos de ter em qualquer lugar por onde nós passássemos”. 

A deputada federal Flávia Morais afirmou que o povo goiano é um povo muito acolhedor e que, nesse momento de dificuldades advindas da pandemia de Covid-19, a instalação da Cátedra na UFG é muito importante. “A Universidade tem todo o respeito da nossa bancada e vai poder fazer um trabalho articulando os poderes executivos e legislativos do nosso estado para que possamos trazer uma realidade diferenciada para os refugiados”, analisou a parlamentar. 

Representando o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o secretário-chefe Geral da Governadoria, Adriano Rocha Lima, destacou a necessidade de humanidade, especialmente no momento atual: “A Cátedra mostra essa solidariedade que é característica do ser humano. Na nossa vida em sociedade, só progredimos a partir de um diálogo plural.  Nesse momento da pandemia deveríamos ressaltar mais nosso lado humano”. 

Acnur

O evento de inauguração da CSVM/UFG contou com a presença do representante da Acnur Brasil, José Egas. Ele ressaltou que “a Cátedra tem se tornado uma referência no tema do refúgio e um espaço privilegiado de criação e difusão de conhecimento que impacta a vida de refugiados e solicitantes de refúgio no Brasil”. Egas enfatizou ainda que a Cátedra não envolve apenas a teoria dos Direitos Humanos e das pessoas refugiadas, como também atua na linha de frente, oferecendo assistência e apoio: “Infelizmente precisamos cada vez mais de pessoas e grupos sensíveis a causa que possam colaborar conosco”. 

Segundo o representante da Acnur Brasil, a situação de deslocamento forçado no mundo atingiu níveis sem precedentes. Ele informou que a última edição do relatório tendências globais do Acnur, lançado em junho de 2020, mostrou que quase 80 milhões de pessoas encontram-se fora do seu local de origem por força de perseguições, conflitos e violações de direitos humanos. “Estima-se que ao final de 2020 quase 300 mil venezuelanos tinham sido forçados a se realocar para o Brasil. Destes, 46 mil já foram reconhecidos como refugiados pelo Conare [Comitê Nacional para os Refugiados], tendo em vista a situação de grave e generalizada violação de direitos humanos que assola a Venezuela”, completou Egas.

Após a mesa de abertura, foi realizado o debate “Desafios e perspectivas da CSVM na UFG”, também pelo canal UFG Oficial no Youtube. Clique aqui para assistir. 

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Fonte: Reitoria Digital/ UFG

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