Heteroidentificação

Comissão de Heteroidentificação da UFG realiza oficina de capacitação online

Atualizada em 18/11/20 14:45.

Ação tem o objetivo de promover a eficiência no processo de inclusão e na contenção de fraudes em cotas raciais

Texto e foto: Sabryna Moreno (com supervisão de Fabrício Soveral)

Heteroidentificação

A Coordenadoria de Ações Afirmativas (CAAF) e a Comissão de Heteroidentificação da UFG realizaram, na manhã desta quarta-feira (18/11), um evento online com o tema “Os desafios das Comissões de Heteroidentificação em tempos de pandemia". O encontro faz parte da oficina “AfirmAções! Arte, educação e política para as relações étnico-raciais” e teve como objetivo discutir a importância da eficiência da banca para a inclusão e permanência de pretos, pardos, quilombolas e indígenas na universidade, principalmente diante dos desafios agravados pelo distanciamento social.

A reunião foi aberta a toda a comunidade universitária e contou com a presença da vice-reitora da UFG, Sandramara Matias; da coordenadora da Coordenadoria de Ações Afirmativas, Marlini Dorneles; do presidente da Comissão de Heteroidentificação da Regional Goiânia, Pedro Cruz, da presidente da Comissão de Heteroidentificação da Regional Goiás, Camila Menezes, e da presidente do Conselho da Igualdade Racial do Município de Goiânia e membro externo da Comissão de Heteroidentificação, Cecilia Vieira, que mediou a mesa.

De acordo com Marlini, a CAAF e a Comissão de Heteroidentificação organizavam, no mínimo, uma oficina de capacitação por semestre. No entanto, devido à pandemia, somente neste mês de novembro foi possível realizar o evento: “Essa é uma ação, que é uma proposta, um compromisso acima de tudo, da CAAF e da Comissão de Heteroidentificação, de oferecer momentos de capacitação. A gente precisa oferecer e tenta manter uma frequência”.

Para destacar a importância do papel da Comissão de Heteroidentificação, a vice-reitora da UFG relembrou a criação do programa UFGInclui, que constituiu a CAAF: “Essa história marca na UFG - a partir da implementação do programa UFGInclui - o início de uma mudança na configuração dos estudantes da universidade. A gente consegue, gradativamente, trazer para a UFG pessoas que, historicamente, estiveram excluídas de acesso a uma universidade pública”.

O especialista em Direito Público, co-autor do livro "Cotas Raciais e Heteroidentificação: dúvidas, metodologias e procedimentos", e dirigente nacional do Movimento Negro Unificado (MNU), Gleidson Renato, foi o palestrante do evento. Com perspectiva jurídica e sociológica, ele apresentou um resgate histórico e registros imagéticos, incentivando o debate acerca dos tempos de negação à raça até a necessidade de identidade racial, bem como as evoluções nos conceitos, processos, métodos e critérios de autodeclaração e heteroidentificação.

Segundo Gleidson Renato, para evitar fraudes em cotas raciais e efetivar a luta pela inclusão, é necessário que as universidades determinem etapa de reunião presencial. A atuação da banca na UFG, durante o processo de entrevistas, é feita pessoalmente. No entanto, como ressaltou o presidente da Comissão de Heteroidentificação da Regional Goiânia, o ano de 2020 trouxe dificuldades maiores: “Nós estamos diante de um desafio, que é a pandemia, que tem trazido para nós um desafio maior, que é: como fazer, diante de um processo que está em andamento? E nós temos, por outro lado, todo um protocolo estabelecido pelas autoridades sanitárias que não nos permite, por exemplo, desenvolver ações em que a gente tenha aglomerados de pessoas”.

Ainda em meio à discussão sobre os desafios das ações afirmativas em tempos de pandemia, o público do evento pôde participar com dúvidas e comentários. A oficina “AfirmAções! Arte, educação e política para as relações étnico-raciais” terá mais um dia de debate. Será na próxima quarta-feira (25/11), às 14h30, pela plataforma Google Meet, com o tema: “Educação para as relações étnico-raciais: Avanços e desafios em tempos de exceção”.

 

Fonte: Reitoria Digital/UFG

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