Reitor da UFG defende criação de um sistema unificado de educação no país

Texto: Fabrício Soveral
Fotos: Reprodução/Zoom

O reitor da UFG e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Edward Madureira, participou de uma mesa redonda no 33º Fórum Nacional dos Pró-Reitores de Graduação (ForGRAD), nesta sexta-feira (6/11). As discussões tiveram como tema “Os Efeitos da Pandemia e o Futuro da Educação Superior”. O ForGRAD é um espaço de comunicação, debate e interlocução entre os gestores de instituições de educação superior públicas, comunitárias e privadas, criado há quase quatro décadas.

Em sua exposição, Edward chamou a atenção para as ações legislativas e governamentais dos últimos anos que prejudicaram o cumprimento do Plano Nacional de Educação (PNE). Em especial, lembrou a Emenda Constitucional n.º 95, de 2016, que instituiu um Novo Regime Fiscal limitando os investimentos em áreas como a educação por 20 anos.

O presidente da Andifes voltou a fazer o alerta sobre o corte de cerca de 18% no orçamento da Educação para 2021, proposta enviada ao Congresso Nacional pelo governo federal. “A interiorização das universidades federais levou para mais de 300 municípios desse país câmpus capazes de fazer ensino, pesquisa, extensão e pós-graduação de qualidade. Esse sistema hoje pede socorro. A Lei Orçamentária Anual enviada ao Congresso nos tira R$ 1 bilhão. Esse valor significa que essas universidades fecham no primeiro semestre do ano que vem por interrupção de fornecimento de serviços. O esforço de redução de custos não consegue fazer face a um corte desse tamanho.”

Proposta do sistema de educação

Edward Madureira disse que, apesar dos problemas, tem um olhar otimista sobre o futuro da educação e lançou um desafio para a criação de um sistema nacional de educação conectando todas as instituições públicas, comunitárias e privadas. “Eu vejo possibilidades extraordinárias pra gente, como nós somos complementares eu sonho com um sistema de educação onde aproveitamos as nossas potencialidades e atuamos em rede. Por exemplo: por que um aluno da UFG não pode ser aluno do professor Francisco [O' Lima Júnior] na Universidade Regional do Cariri? Por que devemos insistir nas nossas barreiras institucionais? Convivemos com um emaranhado legal que dificulta o avanço do país.”

Questionado sobre um exemplo de parceria em rede, ele lembrou a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa), que é uma parceria público-privada e conta com pesquisas de dez universidades brasileiras. No total são 313 empresas com contratos de parceria com essas universidades, representando cerca de 75% das entidades brasileiras produtoras de cana, açúcar, etanol e bioeletrecidade.

“Acho que a gente tem a responsabilidade de construir esse sistema, não vai ser fácil, mas se começarmos a dar alguns passos nesse sentido quem sabe podemos sonhar. Hoje temos massa crítica, temos capilaridade, temos condição de fazer algo muito maior e mais vigoroso”, complementou.

Madureira finalizou afirmando que a Andifes é parceira da Educação Brasileira e está fortalecendo o diálogo com diversas instituições ligadas à educação no intuito de um trabalho integrado.