Maisa Miralva

Prae realiza prestação de contas e alerta para impacto do corte previsto para 2021

Atualizada em 30/10/20 15:51.

As informações foram divulgadas em transmissão ao vivo pelo canal da UFG no YouTube

Texto: Sabryna Moreno/Fabrício Soveral
Foto: Reprodução/YouTube UFG

Maisa Miralva

A Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) apresentou, na manhã desta sexta-feira (30/10), a prestação de contas dos recursos provenientes do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) do ano de 2020. Além de mostrar, em números, os investimentos desenvolvidos pela Universidade Federal de Goiás, o evento serviu para alertar a comunidade acadêmica sobre como os cortes previstos para o orçamento de 2021 podem impactar as ações de assistência estudantil.

A reunião de prestação de contas da Prae, feita pela primeira vez no formato online, em razão da pandemia, foi transmitida pelo canal UFG Oficial no YouTube. Na abertura, a pró-reitora Maisa Miralva da Silva, junto ao diretor de Indicadores Socioacadêmicos, João Medrado, apresentaram gráficos sobre a realidade socioeconômica dos estudantes da UFG e destacaram a importância de todos atualizarem seus dados pessoais com frequência para que os trabalhos de assistência estudantil possam ser realizados com êxito.

Ações

Segundo os dados apresentados, 76% dos estudantes da UFG declaram renda per capita de 0 a 1 salário mínimo e meio, isto é, a faixa de renda prioritária para os atendimentos com recursos do Pnaes. Os investimentos de 2020 foram diferentes dos anos anteriores, já que as aulas presenciais precisaram ser interrompidas logo no mês de março, sendo assim, a realidade de gastos com a alimentação, por exemplo, mudaram.

“Nesse ano, na alimentação, nos dedicamos a fazer um repasse mensal diretamente na conta do estudante, para aqueles que usavam, com frequência, o Restaurante Universitário, e os que são isentos. Nós investimos R$ 3,8 milhões e atendemos, neste ano, com alimentação, quase 9200 estudantes, mesmo com restaurante fechado”, mostrou João Medrado.

Também foram apresentados números relacionados aos investimentos em Moradia, Permanência, Reformas e Materiais, Esporte e Lazer, e em relação ao Plano Emergencial de Conectividade, criado para dar assistência aos estudantes no momento de aulas remotas. Até o momento, já foram investidos R$ 600 mil para atender cerca de 1100 estudantes com equipamentos de informática e planos de internet.

A reforma do Restaurante Universitário (RU) do Câmpus Colemar Natal e Silva já está quase concluída, com melhorias em instalações elétricas e hidráulicas, sistemas de climatização e gás, troca de piso e telhado e nova pintura. As Casas de Estudantes Universitários (CEUs) e o Centro de Esportes do Campus Samambaia (CECAS) também foram reformadas.

A Prae desenvolveu novas atividades no contexto da pandemia, como o “Prae.com.vc”, que é um espaço semanal de escuta e cuidado em saúde mental e orientação para as práticas cotidianas, como saúde bucal, exercícios físicos, etc. Nas quintas-feiras, a interação com a comunidade acadêmica é por meio de lives do projeto “Saúde mental em tempos de atividades remotas”.

Futuro

Segundo Maisa, apesar das dificuldades causadas pela pandemia e pela redução gradual de recursos financeiros, foi possível garantir todos os pagamentos de bolsas e atendimentos aos estudantes durante o ano. No entanto, a perspectiva em relação ao orçamento de 2021 é negativa, já que o Ministério da Educação pretende reduzir em 18,2% as verbas para universidades federais, caso haja aprovação do Congresso.

“Em uma série histórica, nós temos feito mais atendimentos com menos recursos, e, infelizmente, os recursos vem diminuindo ano a ano. Para o próximo ano, a expectativa é de uma redução que vai impactar muito no nosso atendimento, se nós não formos capazes de reverter isso junto ao Congresso Nacional, junto ao Governo Federal”, destacou a pró-reitora.

Levando em conta os atendimentos que são feitos atualmente aos estudantes e novas despesas, como o aumento no valor de produtos alimentícios, por exemplo, a UFG começaria o ano de 2021 com um déficit de mais de R$ 4 milhões. “Nesta reunião pública virtual, a gente gostaria de trazer essa pergunta. O que é que nós vamos fazer? Nós temos uma necessidade de ampliar o número de atendimentos, pois a situação econômica dos estudantes piorou com a pandemia. E como é que nós vamos realizar um corte no atendimento de bolsas para nos ajustarmos ao novo orçamento com essa urgência necessária?”, disse Maísa Miralva, afirmando que, nessa realidade, não será possível manter a mesma assistência aos estudantes.

A fala do reitor da UFG, Edward Madureira, finalizou a reunião: “Eu quero parabenizar a equipe da Prae, não só pela transparência, mas pela eficiência na utilização desses recursos, que nós sabemos que são insuficientes para atender a comunidade estudantil, mas o melhor tem sido feito. Nós lutaremos até a aprovação do orçamento para reverter esse corte, vamos trabalhar muito e é importante que a gente consiga ecoar isso”.

Fonte: Reitoria Digital/UFG

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