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Reitor da UFG defende a importância da educação para o desenvolvimento nacional 

Atualizada em 29/10/20 13:15.

Edward Madureira foi um dos convidados da Série Nosso Estado, promovida pela Agência Servidores em parceria com entidades sindicais

Texto: Ana Paula Vieira

Foto: Pablo Lisboa

O reitor da UFG, Edward Madureira, participou de live da Série Nosso Estado, debatendo o tema “Educação de qualidade para o desenvolvimento” na manhã desta quinta-feira (29/10). O reitor, que também é presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições - Federais de Ensino Superior (Andifes) foi um dos painelistas, juntamente com o presidente da Federação dos Sindicatos dos Professores da Educação Federal (Proifes), Nilton Brandão, e com o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Manoel Gomes.

Edward Madureira falou sobre a importância da educação para o desenvolvimento do País. Segundo ele, não é possível pensar um país com o potencial que o Brasil tem, sem uma educação inclusiva e de qualidade. Visando esse desenvolvimento, Edward lembrou do Plano Nacional de Educação, lei aprovada pelo Congresso Nacional em 2014 após debate realizado em conferências municipais, estaduais e nacional de Educação e que traz 20 metas que vão desde a educação infantil, educação básica, tecnológica, superior, continuada, pós-graduação, formação de professores, entre outras. “Pasmem, talvez tenhamos uma ou duas delas sendo alcançadas, uma delas, que é formação de professores, graças a um esforço hercúleo das universidades para a formação de mestres e doutores”, avaliou Edward. 

De acordo com o reitor, em relação à meta de atendimento na educação superior, cerca de 18% dos jovens entre 18 e 24 anos são atendidos, número que deveria dobrar até 2024. Ele alerta: “Nenhum país no mundo deu certo do ponto de vista de se desenvolver, de promover condições para sua população de mais justiça social, desenvolvimento econômico, com índices tão baixos de pessoas na educação superior. Países como Coreia, Portugal, Espanha, Noruega, Finlândia, têm taxas de escolarização dessa faixa alvo muito acima disso”. Edward salientou ainda que, como a população brasileira está envelhecendo, a decisão em prol do investimento e valorização da educação no país deve ser tomada rapidamente: “Não adianta a gente querer investir em escolarizar as pessoas quando já não tivermos jovens em quantidade suficiente para fazer a virada que o país precisa. Então ou o Brasil toma uma decisão de investir em educação ou literalmente a nossa vez, como nação, passa. Não teremos outra chance”. 

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Painelistas debatem temas diversos sobre a educação brasileira

 

Nilton Brandão ressaltou que a pesquisa e desenvolvimento científico são desenvolvidos majoritariamente, no Brasil, na educação pública. Ele citou o desempenho de destaque das universidades federais no Enade e defendeu a qualidade da educação brasileira: “Sabemos que mais de 90% da pesquisa brasileira se dá nas instituições públicas. Veja as vacinas, onde estão sendo desenvolvidas, na Fiocruz, no Butantan, instituições públicas brasileiras que estão atendendo a população. Isso é qualidade, isso é serviço público. As universidades públicas sim, têm qualidade, a educação brasileira sim, tem qualidade”. O presidente do Proifes ainda chamou atenção para o retorno a uma fuga de cérebros do Brasil: “Quando tem investimento, tem sim educação de qualidade e avanço da pesquisa. Vivemos um momento em que vimos muitos pesquisadores que estavam no exterior voltando para o Brasil porque passaram a enxergar oportunidades de trabalho, de carreira decente para o magistério superior, o piso nacional. Com as políticas dos últimos 4 anos, a falta de visão estratégica, o negacionismo que estamos vivendo na educação brasileira tem feito as pessoas voltarem a falar em buscar oportunidades no exterior”.

O presidente da CNTE, Heleno Manoel Gomes, trouxe números da educação brasileira e ressaltou que a educação é um direito que deve ser garantido pelo Estado. Conforme afirmou Heleno, 38% da população brasileira não estão na escola ou não conseguiram concluir a educação básica e, em 2018, 737 mil jovens de 15 a 17 anos abandonaram a escola no Ensino Médio. Ele também pontuou sobre as desigualdades regionais e entre as escolas das zonais rurais e urbanas. “A educação é um direito humano e social e o Estado deveria garantir as condições básicas necessárias para a permanência, para permitir a conclusão com a qualidade que nós sonhamos, então precisa garantir a infraestrutura. O Plano Nacional de Educação é uma lei nacional, o Estado Brasileiro tem que aplicar. É uma política de estado, não é uma política de governo”, analisou Heleno.

Os painelistas ainda discutiram diversos temas ligados à educação, como as dificuldades advindas da pandemia de Covid-19, a falta de investimentos em infraestrutura, questões relativas ao orçamento das instituições, entre outros assuntos. O debate foi mediado pelos jornalistas da Agência Servidores Sergio Lerrer e Umberto Goularte, e foi promovido pela Agência Servidores com a parceria da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), da Associação dos Servidores da Fundação Oswaldo Cruz (Asfoc), do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis) e do Sindicato Nacional dos Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil (Sindireceita). Clique aqui para conferir o evento na íntegra.

 

Fonte: Reitoria Digital/UFG

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