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Conpeex: egressos da UFG falam sobre suas trajetórias e importância da Universidade

Atualizada em 20/10/20 13:32.

Rodas de conversa foram promovidas pelo projeto Sempre UFG, que tem o objetivo de aproximar a Universidade dos egressos 

A 17ª edição do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão da UFG (Conpeex) teve uma atividade inédita na programação deste ano: rodas de conversa com egressos da instituição, promovidas pelo projeto Sempre UFG, que visa aproximar a Universidade dos ex-alunos. Transmitidas pelo canal UFG Oficial no Youtube, as mesas tiveram como tema Saúde e Literatura. 

O reitor da UFG, Edward Madureira, participou da abertura das rodas de conversa e destacou a importância dos egressos estarem no Conpeex, que é o maior evento da UFG e que neste ano superou as expectativas, chegando a mais de 9 mil inscritos. “Queremos que os egressos estejam mais perto de nós, para trazer sua experiência, competência, histórias, possibilidades de prospectar trabalhos em conjunto e a continuidade dos estudos, na pós-graduação. Essa é uma primeira experiência, o objetivo é ter uma universidade cada vez mais próxima das pessoas”. 

Os profissionais lembraram dos tempos de UFG, contaram histórias da época da Universidade e também comentaram sobre a importância da formação acadêmica para o desenvolvimento de suas carreiras. 

Saúde

A primeira roda de conversa reuniu ex-alunos da área da Saúde. O médico Sebastião Eurico de Melo Souza, integrante da segunda turma da Faculdade de Medicina, lembrou da história de criação do curso e dos primeiros professores: “O corpo docente era muito jovem e jovens são sempre muito dedicados, entusiasmados, o relacionamento aluno professor era excelente”. Eurico, que é sócio-proprietário do Instituto de Neurologia de Goiânia, contou que a vocação pela neurologia começou a surgir nas aulas de anatomia, com o incentivo do professor Raul Conde. Ele também ressaltou a importância dos graduandos em Medicina entrarem em contato com a pesquisa científica desde a graduação e lembrou o desafio atual dos profissionais no combate à pandemia de Covid-19: “Essa doença é um desafio e essa pandemia também vai servir para unir forças. Toda a classe está se unindo para poder conseguir resultados melhores”.

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Primeira roda de conversa do Sempre UFG foi com egressos da área da Saúde

A farmacêutica Maria Cecília Martins Brito, que ocupou cargos como a direção da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Superintendência de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás, também participou do evento e falou sobre sua história com a UFG: “O que eu levei melhor da UFG foi a competência inicial que ela me deu. Tive a oportunidade de passar todo um ano dentro do laboratório Rômulo Rocha e, com três meses de formada, assumi um laboratório em Ceres. Fiquei muito segura, esse conhecimento me deu uma tranquilidade muito grande”. Maria Cecília falou ainda sobre a formação humanística que recebeu na UFG e aconselhou que os novos profissionais devem ter clareza das suas missões e da missão da instituição onde trabalham; além disso, ela analisou que é importante procurarem aprender um pouco de tudo, antes de se especializarem em uma área. 

O médico Fausto Pereira dos Santos, atualmente especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental do Ministério da Economia, contou que a sua escolha profissional se deu em função de ter tido poliomielite: “A UFG soube me acolher, entendeu minhas dificuldades e foi absolutamente inclusiva durante todo esse processo. A UFG pra mim foi uma ruptura, abriu um conjunto de possibilidades que a princípio não pareciam razoáveis para minhas condições que estavam colocadas. Tenho mto orgulho”. A partir dessa experiência, Fausto enfatizou a importância das vacinas: “Eu seria infectologista, mas depois eu tive a oportunidade de entrar em contato com a saúde coletiva, saúde pública, medicina preventiva. A questão da vacina é um avanço da humanidade. Ao negar o processo da vacina, você de alguma forma também está interferindo num processo de imunização mais coletivo”. 

Literatura

A segunda roda de conversa com egressos reuniu profissionais da área de Literatura. A professora Maria Zaira Turchi, atualmente Diretora do Departamento de Infraestrutura de Pesquisa e Políticas de Formação e Educação em Ciência do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) contou que a UFG mudou a sua história desde a infância: “Com 5 anos tive minha vida definida pela UFG. Meus pais tinham feito concurso em Brasília, e o professor Colemar [Colemar Natal e Silva, então reitor da UFG], ligou para o meu pai e disse: Egídio, preciso de você para criar a UFG. A UFG definiu meu destino. Além da graduação, fiz mestrado, me tornei professora, cientista, gestora, pesquisadora”. A professora destacou ainda o potencial da Universidade: “Eu aprendi a considerar a importância da defesa da universidade federal pública brasileira, que tem um papel preponderante no desenvolvimento social, econômico, na qualidade de vida, na formação de pessoas que fazem diferença onde elas estão. Tenho uma gratidão enorme, agradeço todas as oportunidades que tive na UFG”. 

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Reitor Edward Madureira participou da abertura das mesas de conversa com egressos

A professora da Universidade Federal de Catalão (UFCat), Luciana Borges, falou sobre a sua trajetória na UFG e a importância da política pública de interiorização da Universidade, pois cursou a graduação em Catalão: “Aprendi a ser pesquisadora e professora do ensino superior graças a essa política pública que transformou a filha do pedreiro e da dona de casa em doutora em literatura, com pós-doutorado e livros publicados. A UFG me salvou de um destino pré-estabelecido. Devo toda a minha formação, não apenas acadêmica, mas minha formação como pessoa adulta e profissional, a esse ingresso e aquele ‘x’ que marquei um dia na fila, no saguão da universidade”. Luciana afirma que deve tudo à Universidade à Literatura: “A literatura pode transgredir a ordem. Por meio da literatura, você humaniza e transforma pessoas. A literatura pode ser uma lente por meio da qual enxergamos a realidade”. 

Kelio Junior Santana Borges, professor no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), lembrou que as dificuldades do estudante trabalhador marcaram sua trajetória na graduação, pois teve que trabalhar durante a graduação para garantir seu sustento. O professor seguiu os estudos na pós-graduação na UFG e contou: “Vi que as coisas tinham realmente mudado, quando eu consegui transpor os limites do nosso país e fui apresentar trabalho em Portugal. Aquele menino, filho de empregada doméstica, limitado a uma realidade social, de repente estava apresentando trabalho em seis países diferentes. Pude estar em diferentes lugares graças à UFG. Foi ela que me tirou de um lugar e me deu a possibilidade de conhecer outros”. Kelio destacou ainda a importância da Literatura nesse processo: “Se eu cheguei à UFG foi pela literatura. A literatura representa uma perspectiva de mudança para um país. Quando ela chegar a todos os espaços, as pessoas que estão naqueles espaços poderão se libertar e irem em busca de outros”. 

As rodas de conversa estão disponíveis no canal UFG Oficial no Youtub, clique para assistir: Saúde e Literatura.

Fonte: Reitoria Digital/UFG

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