
“Garantir a autonomia universitária é condição básica”, destaca reitor da UFG
Edward Madureira participou da abertura de reunião com universidades do Brasil e do Cone Sul nesta sexta (9/10)
Texto: Sabryna Moreno e Fabrício Soveral
Foto: Reprodução Internet
O reitor da UFG e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Edward Madureira, participou, na manhã desta sexta-feira (9/10), da 5ª reunião Brasil-Cone Sul. O evento é organizado pela União das Universidades da América Latina e do Caribe (UDUAL) e pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e tem como objetivo promover a discussão sobre a autonomia universitária e os desafios do ensino remoto.
Além da presença de Edward, a mesa de abertura foi composta pelo reitor da Unicamp e vice-presidente da regional Brasil da UDUAL, Marcelo Knobel, pelo reitor da Universidade Nacional de Córdova e vice-presidente da regional Cone Sul da UDUAL, Hugo Juri, pela reitora da Universidade Nacional do Nordeste e presidente do Conselho Interuniversitário Nacional da Argentina, Delfina Veiravé, e pelo secretário geral da UDUAL, Roberto Escalante.
O reitor da UFG refletiu sobre a falta de reconhecimento das universidades públicas, mesmo em um contexto, como a pandemia da Covid-19, em que a maioria das produções científicas é feita dentro desses espaços: “As universidades têm desenvolvido no país o papel de vanguarda, de protagonismo, e isso é extremamente importante. Por outro lado, ao invés de recebermos o devido reconhecimento a esse papel, o que temos tido no país, sem dúvida nenhuma, é um ataque muito grande à autonomia universitária”.
Como exemplo dos maiores ataques que as universidades públicas sofrem no Brasil, Edward Madureira citou reformas administrativa e orçamentária que tramitam no Congresso Nacional e afirmou que a redução de verbas destinadas às instituições de ensino e pesquisa impossibilitará os pagamentos de serviços básicos de manutenção no ano que vem.
“Para o ano de 2021, um ano em que, seguramente, as despesas das universidades serão aumentadas em função da pandemia, da necessidade de adequação de espaços, mais cuidado com limpeza, extensão de turnos, o orçamento que foi encaminhado ao Congresso Nacional tem uma redução de 17% em relação ao orçamento de 2020”, alertou.
O reitor ainda disse que, para ele, o ataque mais brutal de todos é a mudança na forma de nomeação dos dirigentes das universidades. “Por quase vinte anos, nós tivemos no Brasil o respeito à lista elaborada pelo Conselho Universitário, com três nomes, e um compromisso do dirigente do país ao nomear o primeiro nome dessa lista. De 2019 para cá, isso não tem sido mais obedecido. Eu sou reitor da Universidade Federal de Goiás pela terceira vez, em dois mandatos consecutivos, e eu nunca tinha convivido com um ataque tão brutal às universidades”, argumentou.
Source: Reitoria Digital/UFG