UFG retoma debate sobre Pedra Goiana e a possibilidade de recolocá-la no lugar
Monumento natural fica na Reserva Biológica Professor José Ângelo Rizzo, área da UFG integrante do Parque Estadual da Serra Dourada
Texto: Ana Paula Vieira
Foto: Reprodução Google Meet e Arquivo Secom/UFG
A recuperação da Pedra Goiana, monumento natural do estado de Goiás, foi tema de reunião realizada pela Reitoria da UFG na manhã desta quinta-feira (24/9). A Pedra, que é um símbolo goiano, está localizada na Reserva Biológica Professor José Ângelo Rizzo, área da UFG integrante do Parque Estadual da Serra Dourada. O destaque da formação está no fato de ser uma pedra com peso estimado de 60 toneladas sustentada em duas pedras bem menores, mas que foi tombada, em 1965, por um grupo de jovens que utilizaram um macaco hidráulico.
A partir do interesse em recolocar a pedra no lugar de origem, o reitor Edward Madureira, a vice-reitora Sandramara Matias, os pró-reitores de Pós-Graduação da UFG, Laerte Guimarães, e de Pesquisa e Inovação, Jesiel Freitas, reuniram-se com os professores José Affonso Brod (Faculdade de Ciências e Tecnologia), Enio José Pazini Figueiredo (Escola de Engenharia Civil e Ambiental), Renata Momoli (Instituto de Estudos Socioambientais), Alexandre Martins de Araújo (Faculdade de História) e Vera Lucia Gomes Klein (Instituto de Ciências Biológicas), para discutirem o assunto.
A vice-reitora Sandramara Matias explicou que já houve uma iniciativa da UFG na tentativa de viabilizar a recolocação da Pedra no lugar, no ano de 2010. “Foram feitas análises, estudos e nós também conversamos para ver possibilidades e formas de se fazer isso. Foi feito um projeto, uma série de discussões e o empreendimento não se viabilizou por uma série de fatores, ainda que houvesse interesse das partes envolvidas”, lembrou Sandramara.
Análises
Alguns dos professores presentes na reunião participaram dos estudos anteriores. “Fizemos na época algumas caracterizações, um levantamento, coletamos algumas amostras e vimos a situação no local. Tivemos auxílio de uma empresa pra fazer a parte de topografia e chegamos a ter uma ideia de qual seria a massa a ser movimentada”, afirmou José Affonso Brod. O professor Enio Pazini ressaltou que, naquela oportunidade, avançaram bastante no conhecimento do local: “Estimou-se em torno de 25 mil toneladas e identificamos uma dificuldade grande de abrir um caminho para se chegar ao local, além da necessidade de autorizações de órgãos de proteção ambiental”.
A professora Renata Momoli não integrou a primeira iniciativa, mas já desenvolveu várias pesquisas na área e falou sobre as suas características: “Fizemos coletas de solos desde a base da Serra, analisamos fatores de formação de solo, relevo, clima, pois para estudar solos a gente precisa analisar a paisagem de uma forma bastante diversa com seus variados componentes”. A professora também relatou sobre seus estudos acerca de cavernas existentes no local e ponderou sobre a necessidade de reflexão e avaliação dos impactos ambientais que poderiam ocorrer a partir da recolocação da Pedra Goiana no lugar de origem.
O reitor da UFG, Edward Madureira, enfatizou que reerguer a Pedra teria uma grande importância simbólica e histórica para os goianos. “Temos que ter a responsabilidade de dar um parecer conclusivo sobre o assunto e verificar se é possível fazer. Esse seria um primeiro objetivo maior, que é o sonho de todos nós, mas não termina aí”, afirmou o reitor. O pró-reitor de Pós-Graduação, Laerte Guimarães, informou que tem estudos técnicos e imagens capturadas em um sobrevoo da área, desenvolvidos em um outro projeto de pesquisa e que poderiam contribuir com a iniciativa atual.
O professor Alexandre Martins de Araújo sugeriu que os pesquisadores possam refletir sobre diferentes cenários, incluindo a possibilidade de reerguer a Pedra, mas também alternativas para o caso de não ser possível. “Estamos diante de um desafio”, analisou Alexandre.
Os participantes da reunião encaminharam pela recuperação e análise dos documentos, dos dados e do projeto elaborados anteriormente, para retomarem o assunto em nova reunião a ser marcada para os próximos dias.
Fonte: Reitoria Digital/UFG
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