Reitoria, DCE e CAs discutem demandas estudantis sobre o ensino remoto
Em reunião virtual realizada na tarde desta segunda-feira (20/7), entidades estudantis e Reitoria dialogaram sobre reivindicações dos alunos
Texto: Ana Paula Vieira
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) e 21 entidades entre Centros e Diretórios Acadêmicos da UFG apresentaram à Reitoria da Universidade, em reunião virtual na tarde desta segunda-feira (20/7), uma carta compromisso com 12 itens que, na visão dos representantes estudantis, são condições a serem levadas em consideração na implementação do ensino remoto em caráter emergencial devido à pandemia de Covid-19.
Entre as demandas apresentadas, estão assuntos como a participação da representação estudantil nas discussões sobre o ensino remoto emergencial, a garantia de que os materiais doados e emprestados cheguem aos alunos, adaptações para atender a pessoas com deficiência, transparência de dados acadêmicos, ampliação do tempo máximo de formação pelo tempo de isolamento, retorno das aulas presenciais somente quando houver vacina disponível para a Covid-19. Segundo o reitor Edward Madureira, a maioria das reivindicações contidas na carta-compromisso podem ser atendidas pela administração superior da Universidade e algumas outras dependem de deliberação das instâncias colegiadas da instituição. O reitor também destacou a importância da reunião e do diálogo: “Estamos diante de uma situação absolutamente nova, que exige muita responsabilidade, cuidado, atenção, dedicação e muita escuta, acima de tudo. Nossa disposição é ouvir, dialogar, buscar alternativas, alargar entendimentos para que mais pessoas possam participar com qualidade desse processo. As medidas que forem desenvolvidas estarão abertas a aperfeiçoamento, porque a situação é nova”.
Sobre os pleitos apresentados pelos estudantes, a vice-reitora Sandramara Matias ressaltou que a inclusão dos estudantes nos debates sobre o ensino remoto emergencial já é feita por meio da presença da representação estudantil nos Grupos de Trabalho. “Não há nenhum óbice à participação de vocês, aliás, o olhar do coletivo dos estudantes é extremamente importante”, afirmou Sandramara. Ela destacou ainda que o Grupo de Trabalho, formado desde abril, tem mais de 40 pessoas e conta com representação de todos os segmentos da universidade, incluindo o DCE. “A gente vem discutindo cotidianamente todos os aspectos que envolvem essa retomada de maneira remota. A UFG foi amadurecendo, agregando elementos e construindo coletivamente essa retomada”, comentou Sandramara.
O representante do DCE Jonas Hayek explicou o posicionamento da entidade: “No início, fomos contra o ensino remoto, por acreditar que pode ser uma política de mercantilização da educação. Fomos voto vencido, então agora nossa postura é de que nenhum estudante fique pra trás, esse sempre foi um lema da UFG”.
Ações
Representantes da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) e da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) também estiveram presentes na reunião e falaram sobre ações já realizadas pela UFG para a retomada do semestre com atividades remotas, no dia 31 de agosto, e sobre discussões que ainda estão em curso. De acordo com a pró-reitora de Graduação, Jaqueline Civardi, alguns debates estão sendo concluídos nos próximos dias: “Essa reunião foi muito importante para balizar uma série de questões naquilo que diz respeito principalmente aos aspectos de ensino-aprendizagem, ponto que tem norteado muitas discussões”. Sobre aspectos de cunho mais operacional, ligados, por exemplo, à ofertas de disciplinas, trancamento, faltas, realização das aulas de maneira síncrona ou assíncrona, a pró-reitora informa que será emitida uma Instrução Normativa com os detalhes.
Em relação à Assistência Estudantil, a pró-reitora Maísa Miralva informou que a Prae está atendendo cerca de 300 estudantes com o plano de conectividade, que foi fixado no valor de R$ 50 pois se referia apenas à participação em disciplinas de núcleo livre. “Estamos aguardando, pois no dia 25 o Ministério da Educação finaliza um plano nacional de acesso a plano de dados, que inicialmente vai atender cerca de 400 mil estudantes, podendo chegar a aproximadamente 950 mil. Então, vamos rever o valor na medida em que analisarmos o que a plataforma nacional vai cobrir ou não”, explicou a pró-reitora. Ela também lembrou que estão abertos editais de apoio financeiro para aquisição de tablets ou outros dispositivos que possam auxiliar na conectividade, bolsa moradia e bolsa permanência, enfatizando que a UFG está fazendo o esforço para não somente manter os benefícios, mas também ampliá-los. Outro ponto observado por Maisa é um estudo feito pelo Núcleo de Acessibilidade da UFG, para o apoio relativo à acessibilidade.
No encerramento da reunião, a vice-reitora Sandramara Matias reafirmou o compromisso da UFG com os pontos elencados na carta dos estudantes: “Muitos aspectos já foram colocados aqui, mas nos comprometemos a analisar detalhadamente as demandas, de maneira que a gente possa construir da forma mais adequada possível o retorno das atividades com a qualidade que é a marca da UFG, com a inclusão que também é marca da UFG, sem deixar nenhum estudante para trás. Os enfrentamentos existem mas os esforços são grandes para viabilizar o acesso de todos e, caso não seja possível, vamos buscar alternativas para os estudantes que não consigam acompanhar, observando a legislação e as especificidades da nossa comunidade universitária”.
Fonte: Reitoria Digital UFG
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