“Solidariedade certamente é a palavra de ordem”, diz reitor da UFG na Campus Party
Em debate sobre a educação pós-pandemia, reitores da UFG, PUC e IFG ressaltaram importância da colaboração entre instituições
Texto: Ana Paula Vieira
As mudanças trazidas pela pandemia de Covid-19 e a forma como elas impactam a educação e o papel das instituições de ensino foram tema de um bate-papo entre os reitores da UFG, Edward Madureira, da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), Wolmir Amado, e do Instituto Federal de Goiás (IFG), Jerônimo Rodrigues. Eles participaram de painel da Campus Party no último sábado (11/7), na primeira edição totalmente online e gratuita do evento.
Os reitores destacaram a velocidade com que as mudanças ocorreram a partir da emergência em saúde causada pelo novo Coronavírus e a forte capacidade de adaptação das instituições que dirigem. O reitor da UFG enfatizou a importância da ciência e da educação em uma perspectiva colaborativa: “É um vírus desconhecido. Não sabemos, por exemplo, se as pessoas que tiveram a doença ficam imunes. Só a ciência vai permitir que a gente avance, e o papel da educação e da ciência será preponderante”. De acordo Edward Madureira, o momento exige abordagens diferentes: “As fronteiras entre as instituições não fazem sentido. A colaboração na pesquisa se impõe como uma necessidade para que a gente enfrente o vírus. Não conseguiremos sem cooperação mundial. A solidariedade certamente é a palavra de ordem”.
Os gestores da PUC e do IFG também falaram da cooperação entre instituições: “Precisamos de qualidade tecnológica, mas também pedagógica, ética e social, com equidade, justiça, solidariedade e responsabilidade social. Se perdermos esses valores de vista, pode ter a plataforma que tiver, perde-se o alicerce e estrutura fundamentais do processo civilizatório. Trata-se de um trabalho integrado, de compartilhar experiências e ouvir a voz do outro”, ponderou Wolmir Amado, dirigente da PUC. Segundo o reitor do IFG, Jerônimo Rodrigues, para se pensar uma educação 4.0 pós-pandemia não se pode perder o foco na isonomia, na equidade, na inclusão e na diversidade: “Temos que dar oportunidade aos menos favorecidos, que serão impactados de uma maneira mais intensa em função da pandemia de Covid-19. É preciso ter foco no investimento e na busca de parcerias. Sem essa perspectiva, não conseguiremos avançar”.
Desafios
Na opinião de Edward Madureira, o principal desafio atual é a superação das desigualdades, principalmente na questão do acesso à tecnologia. “Estamos buscando garantir uma isonomia de tratamento entre as pessoas para que elas possam acompanhar atividades remotas que são emergenciais em um primeiro momento, mas que em um momento seguinte farão parte. Caminharemos certamente para um ensino híbrido, muito desafiador, que exigirá dos docentes e estudantes, mas principalmente ação política para combater a desigualdade e garantir o acesso”, afirmou o reitor.
O reitor do IFG, Jerônimo Rodrigues, falou sobre iniciativas do Instituto: “A agenda 4.0 já vinha sendo discutida na rede federal. Estamos investindo em polos de inovação, espaços maker e possibilidades para que as pessoas possam fazer de certa forma a inclusão digital”.
Para Wolmir Amado, o acesso universal à internet é urgente, com banda larga subsidiada, além da infraestrutura tecnológica, conteúdos digitais, bibliotecas digitais e laboratórios com alcance digital. “Também é importante nos capacitarmos: dirigentes, funcionários de instituições, escolas, professores, estudantes. São novas metodologias, novos sistemas de avaliação, novas visões programáticas no jeito de ser gestor”, analisou o reitor da PUC Goiás.
Manifesto
Após a conversa entre os reitores, a mediadora do debate, Ana Luiza Souza Mendes, leu um manifesto feito pelos participantes do Fórum do Futuro, evento integrante da programação da Campus Party. Ela explicou que o documento foi construído por grupo plural, por meio de debate intenso, realizado de forma democrática. Entre os compromissos estão a consolidação de um fórum permanente de debates; a realização de um fórum anual de ciência e tecnologia e a acessibilidade na próxima edição da Campus Party, seja ela presencial ou digital.
O secretário-chefe geral da Governadoria de Goiás, Adriano da Rocha Lima, também acompanhou o debate e afirmou: “O uso da inteligência em benefício da coletividade é fundamental para termos uma sociedade mais justa, mesmas oportunidades para todos e é somente por meio da educação que vamos conseguir isso”.
Fonte: Reitoria Digital/UFG
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