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Pandemia exige cuidado no consumo de informações

Atualizada em 08/04/20 17:23.

Professoras das áreas de Comunicação e Psicologia falam sobre a importância da informação de qualidade e da reflexão sobre o excesso de conteúdos 

 

 

Texto: Ana Paula Vieira

A pandemia causada pelo novo Coronavírus (Covid-19) tem exigido a adoção de medidas sanitárias, relacionadas à saúde, mas também uma série de ações de comunicação, que servem para explicar e orientar a população sobre o agente causador da doença, descoberto em 31 de dezembro de 2019, após casos registrados na China. Organismos nacionais e internacionais realizam ações informativas e de combate às chamadas “fake news”, como a seção “Myth busters”, no site da Organização Mundial da Saúde (OMS), que explica mitos relacionados à doença e o aplicativo “Coronavírus SUS”, criado pelo Ministério da Saúde do Brasil para informar a população sobre o assunto.

Na UFG, uma das primeiras ações contra a Covid-19 foi uma campanha que circula nas redes sociais desde o dia 9 de março, informando sobre a prevenção da doença. Os canais oficiais de comunicação da Universidade - Reitoria Digital, Secretaria de Comunicação, Rádio Universitária e TV UFG -  têm produzido conteúdos sobre o novo Coronavírus diariamente. A professora da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC/UFG) Ângela Teixeira de Moraes explica que, em contextos como o da pandemia, a Comunicação tem diferentes funções, sendo a primeira delas “Manter a sociedade bem informada, com informações credenciadas, checadas e que reflitam de alguma maneira aquilo que há de mais credível em termos de explicação de uma situação e de compreensão de uma crise”.

De acordo com Ângela, outro papel exercido pelo Jornalismo é a mediação: “A aproximação dos canais oficiais junto à população. Nem sempre eles usam linguagem popular, não demarcam o objeto com as curiosidades que a população tem e o jornalismo faz isso, essa mediação”. Nesse trabalho, o jornalismo se configura como uma prestação de serviço, conforme a professora ressalta: “Os jornalistas e comunicadores vão atrás de esclarecer dúvidas apontadas pela sociedade. Essa mediação se faz relevante em vários sentidos”.

Redes sociais

Além dos canais institucionais de comunicação, vários perfis relacionados à UFG trabalham no sentido de informar e explicar questões relacionadas ao novo Coronavírus. Mapeamento feito pela Reitoria Digital da UFG neste mês de abril elenca 136 perfis no Instagram relacionados à Universidade. Destes, aproximadamente 60 incluíram postagens com orientações sobre a pandemia. Além de informações oficiais sobre o funcionamento das unidades e atendimento dos setores, alguns desses perfis explicam cientificamente aspectos do novo Coronavírus: o Laboratório de Imunidade Natural (@lin_ufg), por exemplo, criou o “Ciência em Gotas”, que traz vídeos de divulgação de artigos científicos publicados em revistas internacionais sobre a Covid-19. Outros canais oferecem programação cultural para o isolamento social, como o perfil @fav_ufg, que promove o “Anima FAV”, com uma indicação diária de animação para curtir durante a quarentena. (Confira lista de perfis abaixo)

Em meio a tantos perfis e iniciativas, a importância da credibilidade das fontes é outra perspectiva apontada pela professora Ângela Teixeira. Ela pontua que, atualmente, a informação não está mais centralizada nos veículos de comunicação, pois todos podem produzi-la e disseminá-la pelas redes sociais. “O público deve ser bastante cauteloso no compartilhamento de informações, principalmente aquelas de whatsapp, e procurar as fontes tradicionais. Por mais que esse veículos tradicionais cometam erros, eles têm pessoas mais preparadas para checarem e buscarem informação. Esses profissionais têm técnicas e acesso a fontes confiáveis que o cidadão comum não tem, como especialistas e autoridades”, analisa a professora. 

Entre as dicas para encontrar informações confiáveis e confirmar a credibilidade de conteúdos, a professora Ângela recomenda uma breve pesquisa e sugere: “Não ficar com o primeiro resultado do Google. Ver as credenciais do autor: o que estudou? O que diz é mera opinião ou tem embasamento científico? Cruzar dados, ver se várias plataformas estão dizendo a mesma coisa”.

Comportamento

A grande quantidade de informações sobre a pandemia, por outro lado, também pode influenciar no equilíbrio emocional durante o isolamento social. A professora do curso de Psicologia da UFG Leilyane Oliveira Araújo Masson comenta: “Todo excesso já é uma preocupação, e esse não é o excesso de qualquer informação, mas de uma informação que provoca angústia”. Ela defende que não há uma receita única diante dessa questão, pois a forma de lidar com as informações e a profusão de atividades propostas no mundo virtual é individualizada e deve partir de uma reflexão de cada um. “Algumas pessoas se sentem mais aliviadas quando estão informadas, mas é importante cada um se perceber e se perguntar: essas notícias, nesse horário, estão me deixando mais angustiados? De repente, tudo bem na hora do almoço, mas no período da noite atrapalha o sono. Para alguns, ver essas notícias de manhã provoca uma sensação de mal estar durante o dia todo”, explica Leilyane.

Segundo Leilyane, o estado de continuidade provocado pelo isolamento social também é outra questão preocupante. “A descontinuidade provoca um alívio. Quando a gente para uma atividade, começa outra, isso é organizador, mas nós estamos vivendo uma continuidade, o que pode se tornar cansativo e adoecedor”. Entre as dicas, a professora sugere fazer intervalos ao acessar as informações e se concentrar nos sites e canais que cada um já confia, fazendo uma seleção: “Whatsapp é um problema, no sentido das fake news. E se você se permitir fazer uma seleção de grupos? Talvez silenciar alguns, prestar atenção a outros que trazem informações interessantes”.  

Além do excesso de informações, um outro fenômeno surge na internet: a alta oferta de atividades e propostas do que fazer em tempos de isolamento social. Para a professora, o excesso de receitas do que fazer também deixa as pessoas meio atordoadas e a cobrança não ajuda. “Tem dicas interessantes, mas é preciso que cada um se pergunte sobre o que pra mim é importante e traz alívio. Também é importante se permitir oscilar. Se aquele dia você acordou mais animado e está disposto a fazer o treino na live, a ver como pode ajudar o outro, dar faxina, tudo bem. Outros dias, acordar mais desanimado ou triste é compreensível no momento que estamos vivendo. Estranho seria se estivéssemos animados para fazermos tudo que nos recomendam. Essa oscilação é natural”, conclui Leilyane.

Confira lista de alguns perfis no Instagram ligados a cursos, unidades e projetos da UFG que trazem informaçoes sobre o novo Coronavírus:

Canais de comunicação
Secretaria de Comunicação - @ufgoficial
Reitoria Digital - @reitoriaufg
Rádio Universitária - @radiouniversitariaufg
TV UFG - @tvufg

Unidades acadêmicas/projetos/divulgação científica/cultura
@ciarufg
@centrodeselecaoufg
@camedvetufg
@fav_ufg
@labince.ufg
@ceiufg
@lagen.ufg
@inovacaoufg
@planetario.ufg
@gea.evz
@emacufg
@regionalgoiasufg
@caxim.ufg
@proec.ufg
@lad.ufg
@fl_ufg_oficial
@petnutufg
@musicoterapiaufg
@fen_ufg
@centrodelinguasflufg
@cecasufg
@geaf.ufg
@inf_ufg
@artesvisuaisufg
@evzufg
@face.ufg
@biblioufg
@ppgecoevolufg
@cacbioufg
@fcs_ufg
@prpg_ufg
@sibi_ufg
@gefruce.ufg
@ppgnut.ufg
@herbarioufg
@ime_ufg
@eaufgoficial
@labasfalto.ufg
@ipe.lab.ufg
@sertao.ufg
@cavnufg
@fic.ufg
@projeto.integrando
@bibliotecacajui

@lamip.ufg
@nutricao.hc.ufg
@lahemoufg
@caracol.ufg
@lafarma.ufg
@nepih.fen.ufg
@ppgcb_ufg
@lin_ufg

@musicanocampusufg
@praeufg
@centroculturalufg

O perfil do seu curso ou projeto também está promovendo alguma iniciativa de combate ao novo Coronavírus? Entre em contato para acrescentarmos à lista: reitoriadigital@ufg.br.

Fonte: Reitoria Digital/ UFG

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